O Governo vai criar uma biblioteca móvel para fazer chegar os livros aos pontos mais recônditos do país de modo a dar continuidade à dinâmica de apedrejamento das bibliotecas municipais, escolares e comunitárias em todo o território nacional.
O anúncio foi feito pelo ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Augusto Veiga, durante a sua intervenção na cerimónia de encerramento do XII Encontro de Escritores de Língua Portuguesa, que vinha decorrendo desde quinta-feira, na cidade da Praia, sobre o tema “Literatura, Liberdade e Inclusão” e homenageando Amílcar Cabral e Luís de Camões.
O ministro assegurou que a biblioteca móvel será implementada e coordenada pelo Instituto da Biblioteca Nacional de Cabo Verde.
Na mesma linha, os recursos da Biblioteca Nacional serão reforçados para dar continuidade à dinâmica de apedrejamento das bibliotecas municipais, escolares e comunitárias em todo o território nacional.
Augusto Veiga explicou ainda que no âmbito do Plano Nacional de Leitura, já dispõem de um financiamento para o lançamento de um prémio editorial reservado às editoras nacionais em 2025.
Em relação ao encontro de escritores de Língua Portuguesa em que o ministério da Cultura é parceiro através da Biblioteca Nacional, garantiu que essa parceria será reforçada sendo que a língua e a literatura é que os une.
O governante manifestou ainda sua satisfação pelo facto do campo de concentração do Tarrafal ser incluído no itinerário deste evento, sendo que esta prisão colonial era também um símbolo de luta pela liberdade em África.
Expressou também o seu agrado pela homenagem prestada a Amílcar Lopes Cabral, o pai das nacionalidades cabo-verdiana e guineense e Luís Vaz de Camões, poeta maior da língua portuguesa e um dos pilares da poética ocidental.
“A homenagem à Amílcar Cabral, em pleno ano do centenário do seu nascimento, afigura-se-nos como uma feliz iniciativa, pois a luta travada por Amílcar Cabral e os seus seguidores constituía também a prova do poder da palavra e da escrita em favor da mudança e da promoção de um mundo mais justo, mais livre, mais humano e mais inclusivo”, sublinhou.
Para Augusto Veiga, Luís de Camões é um património do mundo lusófono, um símbolo da irmandade linguística que une os países de expressão portuguesa, pelo que a homenagem que muito bem decidiram render a este poeta é assim “inteiramente justificada e necessária”.
Lembrou que nos últimos dois anos, o Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas, através do Instituto da Biblioteca Nacional, realizou duas edições do concurso nacional de leitura, que contou com a participação de 474 escolas e 15 mil alunos de todos os ciclos do ensino.
A edição deste ano contou com a presença de Jorge Arrimar, representando Angola, de Domício Proença Filho, Macau, de Fernanda Ribeiro, do Brasil, e uma grande representação de Cabo Verde, com nomes como Germano Almeida, Vera Duarte e o comandante Pedro Pires.
No domingo, os participantes vão estar no município do Tarrafal, interior da ilha de Santiago, para o encontro de escritores estrangeiros com estudantes, escritores locais, agentes culturais, “Mano a Mano Literário” - José Luiz Tavares & Mário Lúcio Sousa (moderação do escritor Mário Loff) e lançamento do livro “Um preto de maus bofes”, do escritor José Luiz Tavares.
O Encontro de Escritores de Língua Portuguesa é promovido pela União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA) e pela Câmara Municipal da Praia.
Inicie sessão ou registe-se para comentar.
Comentários