Se os sindicatos dos professores tivessem alguma dúvida de que as suas reivindicações foram relegadas para as calendas gregas pelo Ministério da Educação do (des)Governo de Ulisses, com a notícia da publicação e divulgação de descongelamento das carreias dos docentes da Uni-CV poderão ficar absolutamente cientes de que eles foram esquecidos para sempre e que precisam adotar formas de lutas mais contundentes se quiserem alcançar seus objetivos.
1. Com efeito, os sindicatos dos professores já promoveram manifestações públicas de Santo Antão a Brava no início do presente ano lectivo para demonstrarem seus descontentamentos contra a discriminação e o desrespeito que o (des)Governo de Ulisses Correia e Silva tem votado à classe desde 2016, bloqueando suas carreiras e não atendendo às reivindicações constantes de suas pautas sindicais;
2. O Governo de Ulisses, em meio às reivindicações dos professores, aproveitou, a título de troça, na calada da noite, por obra do espírito santo, conceder um aumento extraordinário de salários a determinadas categorias especiais de funcionários, nomeadamente, um pessoal “amigo” do Banco Central que numa só assentada abocanharam aumentos de vários salários mínimos para seus dirigentes enquanto os senhores professores ficaram apenas chupando o limão e marchando pelas ruas do país com suas bandeiras igualzinhos à “bandeira da fome” do Capitão Ambrózio nas penúrias sofridas durante o tempo colonial tão bem relatadas pelo poeta Gabriel Mariano;
3. Para aumentar o desrespeito do Governo de Ulisses contra os professores, perante a ameaça de greve geral de dois dias que a categoria prometeu realizar e, efetivamente, cumpriu com incalculáveis prejuízos para os queridos e indefesos alunos, o (des)Governo de Ulisses estende o tapete vermelho para os representantes do pessoal da saúde (médicos, enfermeiros e técnicos) que também ameaçaram paralisar as suas atividades em sinal de descontentamento dessa categoria contra o Ministério da Saúde, mas nesse caso, rapidamente, por outro passo de mágica apareceram recursos e se chegou a acordo para se frustrar a greve numa afronta às reivindicações dos senhores mestres que não foram atendidas, não obstante, as suas ameaças de greve;
4. Os professores prometeram parar as suas atividades por dois dias mas o (des)Governo de Ulisses desprezou, pura e simplesmente, as reivindicações dos seus sindicatos, a ameaça de greve dos professores, a desorientação dos pais e encarregados de educação que ficaram dois dias sem saber o que fazer com seus educandos completamente desprotegidos e vulneráveis perambulando pelas ruas, vielas, becos, achadas e cutelos desse país, sujeitos a todo o tipo de perigo e sem qualquer tipo de rede de proteção à vergonhosa exposição a riscos de violação, abuso, exploração sexual de todo o tipo que essas pobres e indefesas crianças de seis a dezoito anos ficaram lamentável e, irresponsavelmente expostas: CADÊ o ICA (Instituto Cabo-Verdeano da Criança e do Adolescente) para defender o direito das crianças e adolescentes? Essas milhares de crianças do norte ao sul do país foram vítimas de dois longos dias de prejuízo de aulas por toda a vida da ausência de sala de aula, do convívio com colegas e professores além de outros prejuízos subjetivos que cada um, particularmente, poderá contabilizar;
5. O (des)Governo de Ulisses para desprezar ainda mais os professores acusa os professores de fazerem reivindicações exageradas do suposto aumento de 36% de salários enquanto esse mesmo (des)Governo concede aumentos desproporcionais atingindo centenas de contos a outros funcionários “especiais” mas não para os professores!
6. Com a greve dos professores com tamanha magnitude e participação de mais de 90% da classe, segundo os organizadores, o (des)Governo de Ulisses não retirou nenhuma ilação política dessa manifestação de professores mantendo tudo como estava antes, ou seja, não atendeu às reivindicações dos professores e mostrou que não atenderá!
7. Se alguma dúvida houvesse de que o (des)Governo de Ulisses despreza os professores foi sob o mandato desse mesmo Executivo que há notícias de que os professores da Uni-CV vão ter suas carreiras desbloqueadas com aumentos de dezenas de contos para os diversos beneficiários (atenção: não tenho nada contra!) enquanto as pautas dos sindicatos dos professores são desconsideradas apesar das manifestações e greves!
8. Perante mais essa discriminação no tratamento de categorias profissionais sob o comando do (des)governo de Ulisses que além de desprezar os professores em relação a outras categorias profissionais, resolve promover uma discriminação ainda mais atroz no seio da própria classe entre os professores em geral (do ensino básico e secundário) e os do ensino superior, nomeadamente da Uni-CV, sob sua tutela!
9. A Uni-CV que é uma instituição pública cujos dirigentes cometeram atos ilícitos contra mim e que foram objeto de queixas e condenações pelo tribunal e que, mesmo assim, continua descumprindo as suas obrigações condenatórias me obrigando a pedir a penhora de todas as suas contas bancárias e que assim foram ordenadas pelo tribunal desde junho de 2023 e que assim se mantém causando enormes prejuízos aos cofres públicos, aos alunos e à comunidade académica em geral pelos abusos, incompetência e descaso de seus sucessivos dirigentes, é essa mesma instituição tutelada pelo (des)Governo de Ulisses que é discriminada positivamente com chorudos aumentos enquanto os coitados dos outros professores são deixados à mingua com suas reivindicações;
Considerando que 57% dos eleitores cabo-verdeanos já disseram que o (des)Governo de Ulisses está indo para o caminho errado, esses factos atrás relatados parecem dissipar completamente as dúvidas sobre as razões do elevado índice de descontentamento contra o executivo de Ulisses. O povo precisa traduzir esse descontentamento em voto contra o MpD nas próximas eleições autárquicas de 2024 e nas Legislativas de 2026! Professores, avante com outras formas de luta!!!!
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