Praia Hoje e no Devir e…Carnaval!
Colunista

Praia Hoje e no Devir e…Carnaval!

Há claros sinais de que as coisas estejam a melhorar muito na e para Praia no contexto do seu ativo engajamento no processo de desenvolvimento rápido de Cabo Verde.

Efetivamente:

- As obras de fundo efetuadas na encosta da Achadinha e no canal de drenagem do Kobon demonstram disponibilidade da CMP atual para atacar processos estruturantes custosos de melhoria e equipamento da cidade;

- A preparação/equipamento de parte da Avenida Cidade de Lisboa para o carnaval na Praia constitui um enorme agrado para muitos que viram o bom carnaval dos anos 80 por aqui (mas que foi desencorajado o seu desenvolvimento) e que projetam grandes carnavais para esta cidade desde que haja gente/instituição que, como a CMP tem mostrado, acredita no potencial/condições em termos de designers, espaço de desfile e sambódromo, capacidade de organização, conhecimento do carnaval e potencial financeiro para patrocínios por parte de entidades empresariais, que é possível fazer um excelente carnaval típico de Santiago e que agrade aos que gostam desta cidade. Só isso, já basta para nós;

- Inúmeros espaços verdes e de lazer têm sido erigidos de raiz e /ou resultado de profundas reabilitações, trazendo de novo as pessoas para fora de casa para convívio;

- e outros mais como vias rodoviárias e eventos.

Entretanto, o que me pareceu tocar muito os praienses, foi o enérgico posicionamento do Senhor Presidente CMP em relação ás condições aeroportuárias da Praia em prol de melhores serviços àqueles que buscam serviços aeroportuários nesse aeroporto e a disponibilização, por parte dele, de terrenos para o hospital de raiz para a Praia, cuja proposta não satisfeita vem desde Fórum de Desenvolvimento de Santiago de 1996! Sobre aquelas condições a Pro-Praia comunicou a intenção do Governo em construir um novo aeroporto internacional da Praia (evitando intervenções custosas parciais e sem eficácia). Já em relação ao hospital, conforta-nos somente o facto de o MPD, agora no poder, ter defendido nas últimas duas campanhas eleitorais a construção do tal hospital de raiz, só que há algum tempo que não se fala do assunto. Esse posicionamento me pareceu ser igual ao outro em relação á autonomização do Porto da Praia: está no programa do Governo mas não se fala do assunto. Esperemos que o seja agora com as mudanças no setor!

Hoje, o diagnóstico apurado da Praia é, naturalmente, menos denso do que costumámos apresentar, continuando a prevalecer fraquezas nas áreas da cultura como teatro, centro de artesanato e design, feiras de verdade de livros (outrora habituais), biblioteca e museus dinâmicos para a cidade; Falta instituições, infraestruturas, e serviços para o mar (incluindo formação local para o setor), parque industrial e centro convenções, equipamento da cidade para o turismo, mais segurança, habitação social, inclusão social e iluminação publica.

Ultimo estas poucas linhas (feitas com intuito de parabenizar muita boa coisa que está a acontecer na e com a Praia e propôr ainda melhores desempenhos para a capital) com as seguintes recomendações:

- Que continue, a CMP, a realizar a cada ano (como tem feito), os sonhos da Praia, não deixando para o último ano de mandato. Assim evita obras á pressa e regulariza, em termos temporais, a boa prática de execução orçamental;

- Prosseguirmos, todos, com as ações conducentes á manutenção/incremento de ligações aéreas internacionais com o Aeroporto Internacional da Praia e ao início de obras quer para extensão da pista de aterrizagem quer do novo aeroporto pois a dinâmica resultante de enormes projetos já em curso na Praia não se compatibiliza com a habitual morosidade de obras do género para Santiago;

- Que a CMP encoraje o Governo no sentido de se avançar com a autonomia do porto da Praia e se adotar o figurino que integra a CMP, a Camara de Comércio e quadros locais na sua administração e os privados nas operações; Para mim é um dos melhores modelos existentes da administração dos portos dos países. Trata-se de um figurino típico das regiões de Escandinávia do tempo de cidades-estados) e francesas que permite à região ter papel decisivo na implementação do seu programa de desenvolvimento portuário, alavancando e materializando a especificidade, ambição e o potencial de desenvolvimento do setor e da economia da região. Está no Programa do Governo, que se avance;

- Todos prossigamos ações no sentido da consumação da autonomia plena dos serviços de eletricidade em Santiago. Propomos., logo que a Aguas de Santiago se adequar, se transfira para aí os serviços de eletricidade ou privatizar os dois serviços para Santiago;

- Que progridamos mais rapidamente na recuperação e desenvolvimento do carnaval praiense já que a atividade é consistente com o quadro de eventos que se quer estabelecer para a Praia, capital atlântica integrada num grau superior do ranking de cidades boas para viver, visitar e para negócio! Para tanto falta:

a) Aumentar as contribuições públicas e privadas a dinheiro ou não; Temos na Praia, entidades com maior volume de negócios em Cabo Verde. Pode-se dinamizar muito mais que os 200 contos relatados, para ter o bom carnaval prometido. Haja mais amor á cidade e suas coisas e muito melhorará!

b) Incrementar ações de upgrade / capacitação generalizada de todos os atores de carnaval, com aqueles que aqui e lá fora entendem do «metier» e colocar contéudos de qualidade na maior avenida do país, valendo o facto de não adiantam obras na avenida se não conseguimos dinamizar grupos com qualidade a desfilar;

c) Propôr/exigir ao Governo, o estabelecimento de tolerância de ponto para Santiago/Praia nesse dia todo de terça-feira de carnaval para combater o cinismo de negar tempo de preparo do desfile na Praia para não atribuí-la apoio e não transmiti-lo diretamente pela RTC quando a ilha/cidade paga mais do que ninguém a sua taxa RTC!

d) Entendamos finalmente, que na Praia, temos todo o potencial para construir um carnaval próprio (não imitação do Brasil) adequado para o programa de eventos da capital mas que os pais precisam participar mais permitindo e equipando os de lá da casa brincar o carnaval, as empresas contribuir mais e melhor com equipamentos e «Money», os nossos designers, artistas, jornalistas e políticos se engajarem mais eliminando, por exemplo, a aplicação editais de maior vulto só para alguns, no lugar de, sendo erário público, estabelecer critérios para quaisquer grupos carnavalescos do país que propuserem cumprir com os critérios e poderem acede-los a esses editais e não se confinarem aos atuais esquemas humilhantes para boa parte de grupos das ilhas do arquipélago!

e) Solicitar o governo no sentido de acelerar a implementação de 4 bairros sociais com financiamento chinês e;

f) A CMP exigir a aplicação, na qualificação da zona de Inferno (Alto da Glória), os 250 mil dólares oferecidos pelo David Chow ao então primeiro-ministro JMN (a pouco tempo do fim do último mandato) que, a pedido do empresário, comunicou às pessoas presentes, que o montante seria aplicado no programa reabilitar.

José Jorge Costa Pina, Praia Janeiro 2018.

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