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Oficialização da “Diplomacia Desportiva e Cultural”, “inteligencia estratégica”, abre Cabo Verde para um mundo novo
Colunista

Oficialização da “Diplomacia Desportiva e Cultural”, “inteligencia estratégica”, abre Cabo Verde para um mundo novo

Todos os tipos de desportos nascem com um componente cultural intrínseco das sociedades em que se desenvolvem, embora a universalização da prática desportiva tenha mitigado seus efeitos, foi amplamente utilizado nos tempos coloniais, como o caso do críquete, golf e ténis em São Vicente, com a instalação das companhias carvoeiras inglesas... Hoje, a prática de um desporto tem sido por vezes um ponto de interesse de seus praticantes com o país de origem, e geralmente consegue ter um impacto maior no caso do futebol, volei, andebol, artes marciais, etc, também os jogos da CPLP e PALOP muitas vezes têm grande envolvimento cultural e filosófico. Quer dizer que o valor diplomatico é claro e em destaque e Cabo Verde inteiro só tem a ganhar com a oficialização de uma “Diplomacia Desportiva e Cultural”...

País pobre, pequeno, insular e sem recursos, Cabo Verde, deve incluir, necessariamente, nas tomadas de decisões de ordem multilateral uma diplomacia, revistida da “Inteligencia Estratégica Cultural e Desportiva” para poder se afirmar neste mundo moderno deste século XXI, ainda conturbado pela crise sanitária e guerra na europa, a fim de debelarmos obstáculos efectuando salto qualitativo para um mundo em “revolução tecnológica”, constante onde temos de acreditar, aceitar que nosso caso de pais praticamente de cariz não exportador, muito dependente de importação a mais de 90%, o argumento de abertura para mais “inteligência estratégical”, abre-nos, um novo mundo, no qual, explicar, analisar e prever, continuarão a ser verbos necessários inerentes ao quadro da cooperação com outros povos e nações mundiais...

Porque afirmar na prática, mais “inteligência estratégica” na acção externa de Cabo Verde, é fundamental para criar oportunidade de prosperidade nacional. O exito desta missão de “cidadania”, está nas mãos da sociedade global das nove ilhas habitadas e diáspora, instituições públicas centrais e locais, empresas, associações desportivas e culturais, que formarão o “núcleo central solidário”, da construção dessa “inteligência cabo-verdiana global”, que priorizará a “cooperação”, a partir de nossos atributos na sociedade internacional: a posição geoestratégica no atlântico médio, diáspora, idioma, mas sobretudo cultura e desporto...

No mundo CPLP, Cabo Verde tem uma literatura de qualidade e um activo de dois prémios literarios “Camões”, várias personalidades estão distinguindo-se internacionalmente em modalidades desportivas: a diva americana do “Rock”, Madonna, realizou uma “tournée” musical internacional, denominada, “BATUCA”, despertada e influenciada quando do conhecimento do nosso fenómeno Cultural Musical “BATUKU”... Pouco tempo atrás “GOOGLE”, homenageou Cesaria Évora, mudando seu próprio logotipo por uma imagem da nossa inesquecida diva dos pés nus, promovendo Cabo Verde no mundo inteiro: Ultimamente, a influente revista, TIME, (Nova York), inseriu e defendeu, referente ao ano passado, a cidade de Mindelo, S. Vicente (Cabo Verde) na lista mundial das “... 100 Melhores Localidades Mundiais a visitar...”.

Moderadamente, mas com honra e força, a “Selecção Nacional de Andebol” brilhou em África continental, galardoado com o segundo lugar, frente ao Egito garantindo presença nacional cabo-verdiana no certame Mundial da área a ser realizada em 2023 (humildemente cataloguei a vitória de moderada) e também um pouco a seu geito, os “Tubarões Azuis” (futebol) fez façanha e vários cidadãos cabo-verdianos, e cabo-verdianas no país e na diáspora, marcaram presença e feitos, em diversas modalidades desportivas e Cabo Verde também, tem campeões desportivos olimpicos e paraolimpicos...

O intercâmbio cultural-desportivo dentro das sociedades: é um caminho garantido para a interculturalidade...

O restabelecimento e realizações das “Olimpíadas Modernas” envolveram uma evolução para a universalidade do desporto, como sendo a promoção de uma corrente internacional e internacionalizada das relações humanas, que gerou conhecimento e compreensão entre os povos uma das ideias básicas que “Pierre de Coubertin”, defende: “... A mensagem educativa do Olimpismo Moderno, como forma de desenvolvimento cultural e de aproximação entre povos... Com a constante evolução do desporto para o actual cenário globalizado... (sic).” O papel importante das Olimpíadas ou as Copas de Africa,” Futebol Volei ou Andebol”, têm por excelência a ideia basica de “exercicio de ponto de encontro” dos povos do mundo, o próprio acto de reunir atletas de diversos países envolve contacto e troca entre eles...

Nesses encontros desportivos, os contactos acontecem tanto dentro dos campos de jogo, onde o desporto actua como uma linguagem universal, quanto fora dele, pois é comum que diferentes equipas compartilhem espaços, residência ou transporte. Nesse contexto, surgem conversas e contactos entre atletas que podem vir a conhecer aspectos de sua cultura. Além disso, o actual modelo desportivo, onde em algumas disciplinas os atletas passam grande parte da temporada viajando para competir ou treinar, favorece contactos regulares que podem levar ao estabelecimento de vínculos ou amizades internacionais entre aqueles que dentro da pista são rivais. Tudo isso não é nada mais nada menos que diplomacia que a meu ver, em Cabo Verde é ainda, por enquanto sub-aproveitado e saíriamos a ganhar instaurando uma verdadeira “diplomacia cultural desportiva”, promovendo todas estas nossas dez ilhas de morabeza e a nossa diáspora.

Cabo Verde, só tem a ganhar, oficializando a “Diplomacia Desportiva Cultural”.

Sabemos todos que as competições e treinos oferecem um intercâmbio cultural do atleta com o local do evento. Por meio do turismo, da música, da gastronomia ou do contacto com a população local, os atletas geram conhecimento e ideias sobre o país que compartilham com seus entes queridos e amigos, e o que aprendem lá terá um impacto em termos de retorno à sociedade cabo-verdiana nas nove (9) ilhas habitadas...

Todos os tipos de desportos nascem com um componente cultural intrínseco das sociedades em que se desenvolvem, embora a universalização da prática desportiva tenha mitigado seus efeitos, foi amplamente utilizado nos tempos coloniais, como o caso do críquete, golf e ténis em São Vicente, com a instalação das companhias carvoeiras inglesas... Hoje, a prática de um desporto tem sido por vezes um ponto de interesse de seus praticantes com o país de origem, e geralmente consegue ter um impacto maior no caso do futebol, volei, andebol, artes marciais, etc, também os jogos da CPLP e PALOP muitas vezes têm grande envolvimento cultural e filosófico. Quer dizer que o valor diplomatico é claro e em destaque e Cabo Verde inteiro só tem a ganhar com a oficialização de uma “Diplomacia Desportiva e Cultural”...

 

miljvdav@gmail.com

 

 

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