Pelo “andar da carruagem”, em 2020 Cabo Verde atingirá o pleno emprego, estatisticamente, sem que as pessoas saibam onde estão esses empregos!
Este governo é uma fraude!
A pergunta que todos devem fazer, antes de tudo:
Se subtrairmos os indivíduos dos Estágios, das Formações Profissionais e das Contratações Públicas, quantos Empregos foram criados pelas Empresas Privadas (pensamento “impraticado” do crescimento económico do MpD) nestes 3 anos, em particular em 2019?
No Boletim Oficial n.º 2, de 07 Janeiro de 2020, no seu Artigo 2.º - Superintendência (do Instituto Nacional de Estatísticas) – será exercida pelo Primeiro- Ministro, com a faculdade de delegação num Ministro, neste caso, o Vice-ministro e ministro das Finanças.
Claramente, a apresentação dos dados do INE no dia 30 de Dezembro de 2019, foi intencional! E, teve como objetivo passar a perceção de que o Pais está bem e que estamos a caminho do Pleno emprego.
Não tendo coisas positivas a apresentar ao País, o Governo escudou-se nos dados de 6 meses do ano de 2019. E fê-lo de forma perniciosa!
Os dados não foram inventados pelo INE, mas foram manipulados!
O problema está na real autonomia do INE, que não existe, assim como não existe, neste momento, em nenhum Organismo direta ou indiretamente dependente do Estado!
Os dados apenas refletem os resultados baseados nos conceitos estatísticos de mercado de trabalho, não de políticas de criação de empregos, pela via das empresas e do mercado, Isto é, do crescimento do PIB.
São empregos fictícios, impulsionados pela massificação de Estágios e Formação Professional, que são considerados de “empregos” a nível da Estatística do Emprego.
1. Mais factos que devem ser explicados pelo INE:
a) A população total aumentou em seis meses (1 semestre) na mesma proporção que em todo o ano 2018, ou os 6.207 indivíduos são dos dois semestres de 2019?
b) A população de 15 anos ou mais, aumentou em seis meses (1 semestre) na mesma proporção de todo o ano 2018, ou os 5.389 indivíduos são dos dois semestres de 2019?
c) O que fez com que, após a perda ou “destruição” de 14.715 empregos em 2017 e 2018, a economia tenha conseguido, em seis meses (1 semestre), criar 11.300 empregos; valor semelhante à soma dos dois anos anteriores?
d) Em que setores foram criados esses “empregos”?
e) Em que Municípios, Concelhos ou Ilhas foram criados esses “empregos”?
f) Nos anos 2017 e 2018, o que contribui para a diminuição do desemprego foi a população inativa (o conjunto da população de 15 anos ou mais que, no período de referência, não podia ser considerada economicamente ativa, isto é, não estava empregada, nem desempregada, ou seja, não estava disponível para trabalhar), com aumento de 16.690 e 17.430, respetivamente. A que facto se deveu a diminuição da população inativa no 1º semestre de 2019?
2. De acordo com o INE, no primeiro semestre de 2019, a taxa de desemprego situou-se em 10,7%, registando uma diminuição de 1,4 pontos percentuais (p.p.), relativamente a 2018.
a) Relativamente tem, como sinónimo, Comparação. Comparar dados do mercado de trabalho de 1 semestre (2019) com os 2 semestres (2018), é desonestidade. Com a agravante de terem sido necessários 5 meses para a apresentação dos resultados. Quando serão apresentados os dados do 2º semestre de 2019? Em Maio de 2020?
3. No 1.º semestre de 2019 o crescimento do PIB foi de 5% e a população empregada aumentou mais 11.300.
a) No 2.º semestre de 2019 a taxa de crescimento do PIB foi de 6,2% (+1.2 p.p.), portanto a população empregada será de 13.560? Podemos deduzir que nos dois semestres de 2019 teremos mais 24.860 pessoas empregadas?
b) Os dados relativos a Estágios Profissionais e à Formação Profissional (no site do IEFP não há nada, talvez pela tal “transparência” de que o Governo tanto fala), O Comunicado do Governo[i] diz-nos que 6.375 jovens foram contemplados com Formação Profissional e, 2780 jovens por Estágios Profissionais. Isto é dizer, estatisticamente, que, em 2019 (não se sabe quantos no 1.ºsemestre), 9.155 Jovens foram empregados. Pode significar que 81% dos 11.300 da população empregada terá ficado empregada por esta via, uma vez que os estágios de 6 meses terminaram em Julho (por coincidência, o último mês do inquérito).
c) Dos dados apresentados, qual a percentagem que recebeu uma remuneração e qual a média monetária?
4. Em 2015, o MpD considerava que “Cabo Verde vem registando um crescimento efetivo do subemprego, do emprego precário, da pobreza empregada e da precarização, com o aprofundamento dos desequilíbrios regionais e sociais e a consequente degradação da situação de segurança.[ii]
a) Em 2019, a taxa de sub-emprego (população de 15 anos ou mais, empregada e que trabalha menos de 35 horas semanais e está disponível para exercer outra atividade) foi estimada em 21,7%, registando um aumento de 7,0 p.p., face a 2018 (14,7%). Em números absolutos: Houve um aumento de 16. 161 sub-empregados só no 1º semestre. Quase 50 % do valor de todo o ano 2018.
[ [i] ] https://www.governo.cv/politicas-ativas-de-emprego-desempenho-altamente-positivo-do-programa-de-estagios-profissionais-e-formacao-profissional-em-2019/?fbclid=IwAR3GPtv_21HyfKa67L8mAF99ACj-koIFmF8wdEbnD4sQR8T10Wrkip8sjjc
[ [ii] ] https://anacao.cv/mpd-quer-ine-dotado-dos-orgaos-previstos-na-lei/
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