Colunista

O ciclo eleitoral 2016 a 2024, em Cabo Verde, das eleições Legislativas de 2016 às últimas Autárquicas de 2024, apresenta uma dinâmica interessante:

1. Observa-se que os três principais partidos com assento parlamentar foram sancionados pelos eleitores que deram menos votos aos candidatos que apresentaram em 2024 do que tinham dado em 2016.

2. Destaca-se que de 2016 para 2024 o MpD foi o partido mais penalizado com a perda de menos 51.434 votos, seguido da UCID com menos 4.702 votos e o PAICV com menos 590 votos.

3. Com efeito, os ventoinhas tinham conquistado 122.881 votos nas Legislativas de 2016 e despencam para 71.447 nas Autárquicas de 2024, correspondendo a uma queda de 42% de votos!

4. A UCID regista uma perda de 4.702 votos de uma para outra eleição equivalente a uma perda de 30% de votos no período.

5. Quanto aos tambarinas, praticamente, se mantiveram estáveis em termos de votação entre esses dois pleitos: de 86.078 para 85.488.

6. Como resultado do desempenho desses partidos ao longo desse período referenciado, o MpD parte de um saldo positivo de mais de 36.808 votos sobre o PAICV, em 2016, para um saldo negativo de menos 14.041 votos, em 2024.

7. A tendência declinante de votação no MpD no período de oito anos assinala uma perda média de 6.429 votos, por ano, ou, 535 votos, por mês, ou, 17 votos, por dia, e não se vislumbra sinais de estancamento dessa hemorragia de perda de votos ou recuperação por enquanto, mesmo às vésperas das eleições legislativas de 2026!

8. Enquanto o partido da Estrela Negra mantém o seu eleitorado, os rabentolas conseguem a proeza de fazerem uma tão péssima governação ao ponto de afugentarem os seus próprios eleitores em quantidade suficiente ao ponto de caminharem para mais uma previsível derrota eleitoral no próximo ano.

9. Mesmo sabendo que 65% dos eleitores considerem que o Governo do MpD caminha em direção errada, que o PM, Ulisses Correia e Silva, é o pior avaliado de todos nos levantamentos do afrobarometer, que o país conta com cerca 30% de pobres e que as desigualdades económica e social tendem a aumentar, os ventoinhas continuam “sem djobi pa lado”, não obstante, o desastre eleitoral de 15-7 do último ano!!!

10. O Governo de Ulisses perante um cenário desolador desistiu de governar e dedica-se à propaganda de lançamento de novas velhas pedras e projetos sem resultados!

Um Governo que em nove anos não atendeu às demandas do povo só lhe resta apagar as luzes e ir embora!