Estratégia, contenção à propagação Covid-19 & indefinição na aplicação da lei de paridade nas autárquicas
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Estratégia, contenção à propagação Covid-19 & indefinição na aplicação da lei de paridade nas autárquicas

“… para Mira, Lisa, Bruna e a mãe Cília Lopes …”

As Nações Unidas celebram, neste ano de 2020, seu 75º aniversário, em plena crise sanitária mundial, todo em enfrentando também a crise crónica permanente da luta pelo desenvolvimento, (problema dos países pobres os mais numerosos), mais os efeitos perversos do sobre aquecimento planetário, que inspira a necessária tarefa urgente, de salvar o mundo, contra o desastre ecológico, interpelando todas as nações para a prática e exigência planetária de uma diplomacia “verde”; e ainda a materialização das alternativas e numerosas metas da Agenda 2030, integrando a “justiça do género”, mormente como política “interior e exterior”, “feminista” e nesta área Cabo Verde regozija-se em modelo e imagem formato exterior, com a nomeação na França, segunda potência económica e política europeia, como Ministra-adjunta ao Primeiro-ministro, Elisabeth Moreno, um quadro técnico da sociedade civil, na área de igualdade de género e integração social. A Elisabeth Moreno, de 46 anos, é franco-cabo-verdiana e nasceu na localidade e município do Tarrafal da nossa ilha de Santiago …

Se a escolha da França honrou e aumentou a nossa autoestima aqui entre nós, a realidade é que continuamos com a cabeça profundamente enterrada na areia nesta área da lei de paridade do género… que embora legitimada, navega em plena “ ligeireza” na prática... Dos “cabeças- de- listas”, para as autárquicas neste famoso ano de 2020; não se aproveitou a excelente oportunidade para se materializar, mudança de atitude colocando, em destaque liderança feminina… e na área autárquica, Cabo Verde guarda um activo de dois casos de sucessos materializados por duas emblemáticas figuras politicas “femininas” ganhadoras das disputas municipais, num passado recente em dois municípios cabo-verdianos; citamos: Isaura Gomes, Mindelo e Vera Almeida, Paul, (que garantiram as escolhas feitas, pelos dois maiores partidos políticos destas ilhas),… Nestas vizinhas autárquicas, os “políticos domésticos” de maneira conservadora, decidiram colocar, segundo interpretações várias, a novel lei da paridade, em “banho-maria”, em não abrindo a mão ao acesso á liderança politica feminina em nenhum dos vinte e dois municípios cabo-verdianos em quanto que, “externamente”, verifica-se “caboverdianamente” falando, que quem brilha em cargos de liderança governamental e institucional, de alto nível, elevando o nome de Cabo Verde, orgulhando todos os patriotas desta nação, nas ilhas e na Diáspora, são as mulheres crioulas filhas deste arquipélago e estamos referenciando: “… Elisabeth Moreno, Helena Semedo e Cristina Duarte...”

O mundo está á beira da rota de colisão devido á crise “Covid19” e á própria gestão da pandemia acresce-se perigos de conflitos abertos na cena internacional caracterizando um clima geral de desconfiança e rivalidade económica e tecnológica e mesmo desajustes ideológicos, diplomáticos e também militar… Todos esses fenómenos desreguladores do frágil equilíbrio internacional entre nações em competição permanente, tiveram lugar durante este primeiro quadrimestre deste ano de 2020 da pandemia do Covid-19 e a rivalidade é mais acentuada, intensa e agressiva, entre os dois gigantes, os USA e a China.

Diante desta “confusão generalizada” e vivendo todos neste mundo, os “maus feitos” sanitários e económicos deste novo coronavírus, especulativamente pode-se pensar se haverá sim ou não problemas no acesso á eventual vacina e medicamentos, em primeira mão, para Cabo Verde, quando se vê o ”imbróglio” reinante entre “grandes e pequenos estados”, quando até nas relações internacionais, em tempos normais, prevalece distinção convencional entre estados grandes e pequenos. Os grandes são por definição, aqueles com maior massa crítica, extensão territorial, população, recursos… e sabemos, é a experiencia corrente, que os grandes procuram alterar ou preservar o status quo, egoistamente, para seu próprio beneficio …

Mas no terreno, as coisas, não são tão simples, como isso. Por um lado, encontramos pequenas cidades e estados que foram e são imensamente influentes (caso Singapura) e, por outro, grandes estados que passaram por fases de extrema fraqueza face a esta pandemia e até se enquadraram na categoria de estados sanitários frágeis solicitando ajuda e intervenção de equipas especialista da Cuba, um país pobre! …

Falando da Singapura, lembro-me do dizer do prémio nobel da paz Ramos Horta do Timor Leste, (CPLP), que comparou a resiliência deste pequeno país-cidade, á resiliência cabo-verdiana, mas não devemos nos embalar na sombra desta semelhança, acautelando a nossa autoestima, porque Singapura é mais que um peso pesado…Embora sendo um país-cidade de 600 quilômetros quadrados... É o terceiro maior centro financeiro do planeta (comprou o gigantesco Belgacom, nos fins dos anos 90 do século passado); ocupa o sexto lugar do mundo no Índice de Desenvolvimento Humano; e graças ao seu fundo de “pensão-poupança”, é o maior investidor estrangeiro em países como China, Índia, Indonésia ou Vietnam; mais ainda, em termos de infraestrutura marítima, possui o segundo maior porto comercial do mundo; Recebe vinte milhões de turistas por ano e duas de suas Universidades estão entre as quinze melhores do planeta, só para citar alguns factores da “in comparação”. As Universidades cabo-verdianas, estão classificadas em termos de qualidade a mil e qualquer coisa e a extinta TACV, onde fui quadro, perdeu muito, não se inclinando para aprender ou familiarizar-se com a companhia aérea de bandeira, da Singapura, ao contrário da feliz decisão da melhor companhia aérea africana, a transportadora pan-africana de bandeira etíope que foi beber do e traduziu na prática, com sucesso o bom exemplo de gestão técnica operacional e comercial da companhia Singapore Airlines…

PS.: valor do distanciamento físico, nesta nova normalidadeInfos gerais Covid-19

 miljvdav@gmail.com

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