CULTURA POLÍTICA, História e Ciência - Cabo Verde, o incubador do conhecimento universal
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CULTURA POLÍTICA, História e Ciência - Cabo Verde, o incubador do conhecimento universal

Pelos 193 anos da chegada de Charles Darwin à ilha de Santiago - 16 de Janeiro de 1832 - 16 de Janeiro de 2025. Cabo Verde continua a ser a incubadora do mundo!!!

Se por cá passaram as caravelas dos "descobrimentos" - com nomes sonantes na proa-, por isso hoje, a maior elevação de Santiago é conhecida por "Piku N'toni" de António da Noli o Italiano - o mesmo que ao serviço de Espanha, procurando o Cabo da Boa Esperança, também traçou rumo pelas ilhas, -ainda sem nome- desta feita como Cristóvão Colombo a caminho das Índias.

É verdade, também, que no percurso histórico que marca nossa trajetória cultural, científica e política, está positivada a passagem e marcas do naturalista, geólogo e biólogo - Charles Darwin-, tendo chegado à ilha de Santiago a 16 de janeiro de 1832, há precisamente 193 anos.

Vale a pena lembrar que esta figura da ciência universal, provém da cultura ocidental Britânica, tendo transportado consigo, pelo menos duas grandes conquistas marcantes da história europeia: o iluminismo e a democracia de 1789, pelo poder da França.

Enquanto isso, o negócio de escravos já se fazia, com a cidade velha no auge dos interesses das grandes potências internacionais. Assim podemos compreender a importância do território Caboverdiano no contexto da produção de conhecimentos e incubação de matérias de estudo e evolução nos vários domínios da civilização humana.

A história ela é dinâmica e com a vida vai balançando ao sabor do mundo, vai compondo teorias e consolidando os princípios de época em gerações, para a harmonia da vida e satisfação dos problemas da humanidade. É assim que emerge a ciência política, que desemboca nos diferentes sistemas, até à tão popularizada democracia.

Vivemos hoje num país, cuja geografia natural faz dele o incubador de grandes acontecimentos mundiais. Tendo os impactos e resultados ficado entranhados “karapatidu" em nós. Daí nossa "Caboverdura", uma expressão Crioula, para designar nossa capacidade de mutação e renascimento permanente.

Amigos leitores, todo este enquadramento, para chegar ao Estado de nossa política actual e conjuntural. O Caboverdiano ainda é capaz de viajar à Grécia Antiga, censurar a democracia depreciativa, uma vez que a maior parte dos intelectuais gregos, entre eles Platão e Aristóteles, era contrária a um governo de iniciativa popular.

É preciso olhar com olhos de estudiosos os acontecimentos incomuns que a nossa democracia vem registando. Pois, tenho por mim que estamos a introduzir elementos à gestão democrática que a própria teoria do princípio democrático está desafiada a dar enquadramento e ponderar sobre sua pertinência, quando cruzados com amostras de realidades passadas e perspectivas futuras.

O mundo  vive, hoje, uma encruzilhada e a experiência de Cabo Verde, enquanto nação das encruzilhadas, pode contar muito para aconselhar o mundo a se recolher no Egipto e resto árabe que "Rotcha skribida" conserva, no império de Mali, Bantu, ollof e Guiné o, da cidade velha, a nobreza portuguesa de nova Sintra, todas a cooperações internacionais do pós independência, os acontecimentos das mudanças, a visita de Papal de João Paulo Il, as dinâmicas de transformação do país e do Estado, os grandes projectos de Cabo Verde, nossas lutas pela sobrevivência, a emigração e imigração, a resistência do nosso povo, nossos poetas, a música, enfim, Cabo verde sua ligação com o mundo, faz de nós a grande incubadora universal, pronta para continuar a registar informações, dar tratamento, positivar em teorias e continuar a atrair Nações para o nosso umbigo, agora com as Novas tecnologias, com os instrumentos da Inteligência artificial, conjugando sempre com o conhecimento endógeno, resultante de nossa miscigenação e nosso exercício de aprendizado com resultados à vista, palpáveis e vividos.

Concluir com uma viagem à cultura musical - num extrato jornalístico da antena 2 - trazer Max Roach, um dos mais influentes bateristas da história do jazz, foi pioneiro do bebop e colaborou com lendas como Charlie Parker, Miles Davis e Duke Ellington.

Nos anos 1940, revolucionou o papel da bateria ao criar padrões rítmicos inovadores no ride, permitindo maior liberdade aos solistas. Em 1970, fundou o ensemble de percussão M'Boom, explorando as possibilidades melódicas e expressivas da bateria.

#MaxRoach recebeu múltiplas distinções, incluindo o Grammy Lifetime Achievement Award e o título de Comendador das Artes e Letras em França. O seu legado perdura como marco na evolução do jazz e da música contemporânea e foi ele que disse o seguinte:

"O Jazz é uma forma musical muito democrata".

Assim, ao recordar que o Maio tem Orace Silver e que a Escola Pentagrama continua de pedra e cal e o professor Tó Tavares até trouxe música boa ao festival da paz de Tarrafal, então, certezas temos de que somos, sim, democratas.

Falta-nos é perceber que a democracia, como nada na vida, é um pacote inacabado. Tudo está em construção, como se referiu há dias o professor Nardi Sousa numa comunicação.

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