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Aqui há pão, o que falta é razão!
Colunista

Aqui há pão, o que falta é razão!

Francamente, pão rima com satisfação, entretanto, quando um não vai à barriga e o outro não sai no sorriso, nem o poeta encontra inspiração, nem o menino aprende a lição, mamãe e papai perdem a razão e nós perguntamos: Em quê é que se transforma a primeira instituição? A subsidiação da farinha, para equilibrar o preço de seus derivados no contexto atual, ultrapassa todos os argumentos e assume uma questão humana, de solidariedade e particularmente cristã - "Dai de comer a quem tem fome" - ordenou o Senhor! Vamos, sim, Subsidiar - já que a guerra continua, a tarefa, agora, é de alimentar e cuidar dos sobreviventes. É desonesto e impiedoso, querer enriquecer em tempo de guerra!!! Vamos Cabo Verde!

Somos todos filhos da luz. Esta manifestação viva de poder, é o melhor que cada um de nós carrega para dar testemunho do fôlego da vida, da bondade do ser, da generosidade da natureza, da justiça do universo - entre outros atributos e virtudes - a beleza e simplicidade do ser humano. Afinal somos todos frutos do amor!

Este amor, que inspira o belo, chama a paz e queima a dor, encontra escrito na obra maior de seu Amo, a missão de gerar abundância, para que cada raio de sua luz, experimente a fartura, representada no pão, na água e no peixe diante da multidão. Este símbolo divino, que se fez magia aos olhos dos mortais pecadores, é um chamamento à vida e ao direito que cada Cristão TEM de se alimentar para viver, alegrar e alcançar o objetivo maior da vida - A FELICIDADE.

Na minha terra há certos cães que vivem e se alimentam melhor do que seres humanos. Este fenómeno anticristão, tem na origem a impiedade do coCristão que legisla sobre o rendimento e mantém o estatuto oficial de dirigente.

"Onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão"!!! A verdade é que na minha terra há pão, o que falta é razão. Sim, quando nos perdemos no ego e a arrogância afoga nosso entendimento a ponto de nos esquecermos que já tivemos o estatuto da Improbabilidade, tudo se torna insustentável e intolerável. Vale a pena lembrar que os apoios que recebemos e que nos tornou viáveis, nos chegaram em nome do povo. As avaliações e estudos que antecedem as ajudas, são feitas com critérios baseados na qualidade de vida das comunidades. Por isso, é coerente e correto, antes de mais nada, satisfazer o essencial que afeta diretamente este mesmo povo e estas mesmas comunidades, cujas ajudas nos chegam em seus nomes.

Falar de robustez económica e manter 70 mil pessoas na pobreza extrema, equivale a engordar uma mãe porcina e desmamar os leitões, prematuramente, deixando-os franzinos e à sua sorte!

Enquanto tento perceber a lógica teórica da "não subsidiação da farinha, como medida de equilibrar o mercado", olho para a realidade das famílias a ter que fazer milagres à mesa partindo e repartindo o pão que já não era suficiente.

Se a insegurança alimentar é a falta de acesso ao alimento suficiente para manter e nutrir o corpo de forma a garantir sua capacidade de trabalhar e de seus anticorpos estarem em condições de reagir e combater agentes estranhos, quer dizer que na falta de alimentos, o organismo das pessoas se torna mais frágil e vulnerável a doenças oportunistas. Então  podemos concluir também que a medida de subsidiação da farinha pode ser enquadrada num programa de prevenção e proteção da população contra doenças relacionadas com a má nutrição, como doenças de pele, falta de visão, perda precoce de memória, anemia, entre outras, cujo investimento na saúde a jusante, quiçá venha a ter maior impacto económico, quando associado à perda de capacidade de trabalho da população convalescente, conjugado, ainda, com o esforço de nosso sistema de proteção social, a miúde, muito questionado.

Mesmo que o Estado adicione ferro no organismo das crianças nas escolas, estas precisam ter condições alimentares suficientes em casa, para que seu organismo, ainda frágil, possa incorporar eficazmente o suprimento.

Francamente, pão rima com satisfação, entretanto, quando um não vai à barriga e o outro não sai no sorriso, nem o poeta encontra inspiração, nem o menino aprende a lição, mamãe e papai perdem a razão e nós perguntamos: Em quê é que se transforma a primeira instituição?

A subsidiação da farinha, para equilibrar o preço de seus derivados no contexto atual, ultrapassa todos os argumentos e assume uma questão humana, de solidariedade e particularmente cristã - "Dai de comer a quem tem fome" - ordenou o Senhor!

Vamos, sim, Subsidiar - já que a guerra continua, a tarefa, agora, é de alimentar e cuidar dos sobreviventes. É desonesto e impiedoso, querer enriquecer em tempo de guerra!!!

Vamos Cabo Verde!

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