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Ambiente profissional tóxico: superação ou frustração
Colunista

Ambiente profissional tóxico: superação ou frustração

Combater o ambiente tóxico no recinto profissional, é tão importante quanto desejar alcançar grandes resultados. As lideranças e chefias, deveriam ter uma maior preocupação com os seus funcionários. Não é só ter planos, é preciso fazer a melhor gestão e de uma forma eficaz dos recursos humanos. Afinal, o bem mais precioso é a pessoa e não as coisas ou tarefas.

Antes de mais será preciso muita subtileza e engenharia comportamental no processo da superação e não a frustração. Não é fácil superar o ambiente onde a convivência é marcada por antagonismo e permanente competição predatória. O difícil é para as pessoas simples e ingénuas. O medo e a insegurança devem ser superados na primeira instância. É claro, que muitos irão querer desistir ou procurar um outro espaço profissional. Uma coisa é certa, ou crescemos em sabedoria e inteligência para sabermos lidar com o clima desfavorável no seio profissional ou teremos que viver uma crise pessoal e profissional profunda.

Em última análise, na hipótese de uma impotência profissional crítica em lidar com situações tóxicas, o certo é procurar uma orientação de alguém competente por forma a superar a situação, mas desistir jamais.

A experiência será um processo decisivo para outras lutas e vitórias.

A relação interpessoal no ambiente em que há muita competitividade e disputas de posição, será impossível não houver incómodo. Para aquele que pretende conduzir o seu desempenho de uma forma tranquila e em paz será difícil acontecer.

O ambiente profissional tóxico, é tão nocivo que poderá esfacelar a boa saúde mental. A síndrome de "Burnout", que é justamente o excesso do trabalho e o clima interno impróprio, gerando esgotamento emocional e psíquico. Com reflexo na própria fisiologia. Com isso, a capacidade de resposta em termos profissionais fica comprometida.

Está claro, que a importância de um ambiente profissional saudável, é imprescindível para propiciar o bem-estar psicológico e uma produtividade de qualidade. Todas as lideranças e chefias deveriam zelar para um excelente ambiente no trabalho, promovendo um clima saudável, dando espaço para diálogo e comunicação sem barreiras. Neste caso, a humildade e a simplicidade são dois fatores de grande peso na promoção de um ambiente profissional rico e de excelência.

Nada pior para destruir a boa saúde mental de um indivíduo do que um círculo interpessoal-profissional onde cada um quer saber de si exclusivamente e não do coletivo. A maior ameaça para um ambiente que deveria ser produtivo e de excelência em matéria de ajuda mútua, encorajamento e empatia, é o individualismo mórbido.  Cada um buscando o seu interesse, e nessa busca ninguém quer saber de ninguém. É um processo que destrói o bem-estar coletivo, gerando um grau de competitividade doentia. Infelizmente quando se chega nesse ponto, quem se sente mais frágil poderá não ter a maestria emocional necessária para suportar a luta. E como resultado, muitos abandonam o seu trabalho.  Outros preferem buscar um outro serviço, e ainda existem aqueles que ficam fragilizados emocionalmente.

Combater o ambiente tóxico no recinto profissional, é tão importante quanto desejar alcançar grandes resultados. As lideranças e chefias, deveriam ter uma maior preocupação com os seus funcionários. Não é só ter planos, é preciso fazer a melhor gestão e de uma forma eficaz dos recursos humanos. Afinal, o bem mais precioso é a pessoa e não as coisas ou tarefas.

Quando se exige muito resultado, mas não se dá o devido valor ao bem-estar emocional e psicológico do profissional, será difícil não houver um grau elevado de competitividade, com elevado risco á boa saúde mental. O mais importante é a qualidade emocional e a saúde psíquica dos que trabalham e fazem o serviço andar. Não existe boa produtividade ou grandes resultados sem um ambiente de excelência, onde todos são visíveis e com alto grau de estímulo e comunicação aberta. Sem deixar de mencionar que um salário digno é um elemento a se levar em conta.

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SOBRE O AUTOR

Lino Magno

Teólogo, pastor, cronista e colunista de Santiago Magazine