Ai que medo, vem aí o partido único…
Colunista

Ai que medo, vem aí o partido único…

Criar factos políticos é uma velha estratégia da propaganda, visando chutar para o lado temas incómodos para os detentores do poder. E, neste caso, sendo clara a vontade de mudança do eleitorado, procura-se manchar de iniquidade qualquer alternativa que se apresente em 2026. É um velho truque da classe dominante, dos prosélitos do poder e dos pobres de espírito que vivem amarrados a prebendas e mordomias do Estado.

O grande bitaite internáutico dos últimos dias é o discurso de uma hipotética "defesa das instituições" que, supostamente, estariam a ser atacadas por alegados inimigos da liberdade.

Alguns, mais afoitos em delírios, vão mais longe e sustentam que há quem pretenda ressuscitar o partido único.

A verdade é que ninguém foi claro nas razões de tantos pronunciamentos sobre a “defesa das instituições”. As instituições foram atacadas quando, onde e por quem? Ninguém sabe! Quem quer ressuscitar o partido único? Ninguém aponta um nome!

É evidente que esta ficção tem um objetivo claro e inverso ao que se apresenta: apunhalar a democracia e, principalmente, a liberdade de expressão. É isso que está em causa, não é outra coisa!

Onde estavas tu no partido único?

Onde estavam os democratas que, aquando da mudança de regime, não mexeram uma palha para meter no banco dos réus os ditadores?

Eu explico: a verdade é que muitos destes democratas foram fiéis e reverentes vassalos do partido único e, vários deles, ativos instigadores da radicalização do regime, sendo bloqueados pelos históricos do partido.

A alguns daqueles que saem, agora, em “defesa das instituições”, uma pergunta óbvia se coloca: onde estavas tu no partido único?

Um dia destes eu respondo!

Chutar para o lado temas incómodos

O delírio do regresso do partido único procura instigar o medo e, ainda, fazer passar pelos pingos de chuva os derrotados de 01 de dezembro (mais especificamente, a instituição governo).

Criar factos políticos é uma velha estratégia da propaganda, visando chutar para o lado temas incómodos para os detentores do poder. E, neste caso, sendo clara a vontade de mudança do eleitorado, procura-se manchar de iniquidade qualquer alternativa que se apresente em 2026.

É um velho truque da classe dominante, dos prosélitos do poder e dos pobres de espírito que vivem amarrados a prebendas e mordomias do Estado.

Mas não é uma especificidade crioula, é um fenómeno transnacional, as mais das vezes protagonizado por ex-esquerdistas de carteirinha rendidos às maravilhas (principalmente, comestíveis) do neoliberalismo…

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