Colunista

Em tempos de Olimpíadas de Paris, os profissionais de saúde fizeram uma verdadeira volta olímpica em Cabo Verde, de Santo Antão a Brava com greve e manifestações públicas de descontentamento contra o fracassado Governo de Ulisses Correia e Silva.

1. Os cabo-verdianos no país e na diáspora se identificaram e se sentiram orgulhosamente representados pelos participantes das manifestações que proliferaram pelo país no dia de ontem.

2. Da nossa parte, as nossas felicitações aos líderes desses movimentos de classe profissionais e sindicais que ordeira, democrática e corajosamente souberam conduzir o grupo às ruas para mostrar ao Governo injusto de Ulisses o seu descontentamento e angariaram simpatia e apoio de toda a população pelas suas justas reivindicações.

3. Esse mesmo Governo atribuíra chorudos aumentos salariais aos funcionários das finanças e do Banco Central, de um lado, e, de outro lado, ignorou completamente as reivindicações sindicais dos profissionais de saúde.

4. O Governo de Ulisses tinha instituído uma estratégia de prometer os céus e a terra para ganhar as eleições e conseguiu tal intento em 2016 e 2021 e logo que ganhava esquecia as promessas e justificava que campanha e governação eram coisas diferentes!

5. Os médicos e enfermeiros acordaram com o Governo um conjunto de compromissos que deveriam ser implementados até maio último e que não foram cumpridos por parte do Governo na ótica dos manifestantes e, consequentemente, partiram para a greve e manifestações.

6. Ulisses e seus Ministros não sabem lidar com greves e manifestações e nem imaginam o impacto político negativo que tais formas de luta sindical provocam em termos eleitorais.

7. O Primeiro Ministro desorientado perante a greve e manifestações ao invés de encarar de frente o problema das pautas reivindicativas sindicais resolve através das suas ministras tentar minimizar e desqualificar as lutas dos médicos e enfermeiros sugerindo que tais manifestações têm um caráter político ou que é um direito dos trabalhadores! 

8. O que as senhoras ministras não sabem é que esses profissionais de saúde estão tão cientes de seus direitos e que como sabem da incompetência desse Governo já descartaram a hipótese de atendimento de suas reivindicações e caminharão para o fortalecimento do clima de descontentamento contra o Governo e que redundará na sua punição nas próximas eleições Autárquicas e Legislativas.

9. Desde logo, essa greve de três dias gerará uma rotura na prestação de certos serviços sensíveis à população como consultas, atendimentos e acompanhamentos a doentes crónicos e ambulatoriais e centenas de outros utentes e a descontinuidade pode provocar graves prejuízos aos mesmos, seus familiares e às próprias unidades de saúde que terão de remarcar tais prestações para novas datas.

10. Como a quantidade de profissionais de saúde (médicos e enfermeiros) é insuficiente para o nível de demanda existente, a greve de três dias provocará um aumento de demanda represada e enormes dificuldades na reprogramação desses atendimentos de forma satisfatórias aos utentes nos próximos tempos.

11. As Ministras da Saúde e da Administração Pública parecem que não têm noção exacta do impacto político negativo que a onda de descontentamento populacional contra o Governo é gerada pela greve quando minimizam as manifestações sindicais.

12. O problema do Governo de Ulisses é uma perda vertiginosa de confiança e que cada vez mais está-se erodindo perante o eleitorado e agora perante as classes profissionais e sindicais.

13. Se os sindicatos dos médicos e enfermeiros não acreditaram nas palavras do Governo e partiram para a greve e manifestações agora, o custo para se firmar novas negociações e acordos que venham a sustar outras greves, manifestações se tornará muito mais elevado perante um Governo de Ulisses cada vez mais enfraquecido e sem crédito de confiança.

14. Os três dias de greve e manifestações dos profissionais da saúde espelham o nível de desorganização e baixo desempenho do Governo do MpD nessas legislatura.

Essa greve e manifestações precisam ser repercutidas nos meios de comunicação e nas redes sociais para se registar e sedimentar o descontentamento cada vez mais generalizado contra o Governo de Ulisses e que venha resultar na sua destituição nas próximas eleições.