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A psicologia do mérito ou da negação
Colunista

A psicologia do mérito ou da negação

O triste é saber que o meio laboral, político e social, primam por essa via simplista e pobre. Bons profissionais, pessoas com elevada capacidade e senso de responsabilidade, estão nas prateleiras, excluídas e anónimas no departamento dos invisíveis. Só pelo simples facto de serem diferentes, de terem personalidade própria, de não serem manipuladores e manipuláveis. Sobretudo por serem autênticas.

O natural é sermos reconhecidos por aquilo que somos independente de qualquer outro factor. O nosso valor não pode estar atrelado à simpatia de alguém, que goste ou não, de nós. Quando as nossas ações forem condicionadas por essa via simplista atrasamos o avanço, comprometendo o futuro.

O triste é saber que o meio laboral, político e social, primam por essa via simplista e pobre. Bons profissionais, pessoas com elevada capacidade e senso de responsabilidade, estão nas prateleiras, excluídas e anónimas no departamento dos invisíveis. Só pelo simples facto de serem diferentes, de terem personalidade própria, de não serem manipuladores e manipuláveis. Sobretudo por serem autênticas.

Ao que parece, a autenticidade e a sinceridade são elementos proibidos nos tempos atuais. Quem se atreve a ser autêntico e sincero, não terá o devido mérito e valor que gostaria de receber. O sucesso profissional, político e nas demais áreas, dependem do quanto fingimos, ou do quanto dissimulamos. A bajulação ou manipulação, é o que vale mais; tal atitude é o que nos eleva para reconhecimentos relevantes. Que triste!

Nada mais resta, a não ser lutar com todas as forças, exercer a nobreza pessoal, e jamais mendigar favores, em detrimento da auto-negação pessoal ou inibição identitária.

Sendo assim, proponho algumas orientações básicas para vencermos. Não implore reconhecimento de ninguém, quando há o elemento motivo pessoal. Nunca reivindique reconhecimento em quem já decidiu jamais reconhecer o teu mérito. Os motivos nem sempre são de ordem da competência ou meritocracia. Quase sempre, é de ordem pessoal. Simplesmente, porque a diferença no campo da personalidade; carácter e carisma, é colossal.

Pois, reconhecer o teu potencial ou sucesso, seria um sinal de incompetência pessoal. Para melhor satisfazer o ego, a pessoa prefere ignorar, como um mecanismo de defesa negativa e calculista. Vale ressaltar, não adianta tentar provar nada ou querer reconhecimento, se isso, não for natural e legítimo. Insistir nesse caminho, resultaria em desgastes inevitáveis. Avançar é o caminho, e permitir que o processo ande naturalmente, com evidências irrefutáveis, e que respondam a nosso favor.

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SOBRE O AUTOR

Lino Magno

Teólogo, pastor, cronista e colunista de Santiago Magazine