Para os que deambulam entre as cores ou que não sentem a necessidade de optarem por uma, e que não aceitam serem manipulados porque a bajulação lhes causa asco, resta-lhes a indignação e a cidadania activa como forma de luta. É possível mudar o sistema e a política da bajulação? Sim, basta crer, agir e fazer-se ouvir.
Maquiavel, no livro “O Príncipe”, dedicou um capítulo inteiro para ensinar como um governante pode “evitar os aduladores”. Neste livro, o autor afirma que “os homens apreciam tanto a si mesmos e aos seus atos, que acabam se iludindo a tal ponto que os bajuladores passam a fazer parte de sua vida.”
Ultimamente valoriza-se muito a cultura da bajulação. O Povo está a perder a fé, a motivação e vêm como inexistente o reconhecimento ou a meritocracia. Quando há esta falta de interesse quase massivo, recorre-se à política da bajulação e do “Pau Mandado”.
O Povo delegou o seu poder de decisão a um sistema, e existe um enorme sentimento de frustração por não se sentir representado. Consequentemente existe uma total perda de credibilidade e de confiança generalizada.
O sistema está definido para que se goste do “Branco” ou do “Preto”. Os que preferem o “Cinzento” ou outra qualquer cor do arco-íris ou até mesmo cor nenhuma, são considerados “out siders”, autênticos alienígenas.
Aqueles que não mostram serviço precisam, de alguma forma, aparentar que sim, para sobreviverem ou manterem-se no cimo da pirâmide. Geralmente não possuem bons resultados e por isso precisam compensar e justificar sua necessidade de outra forma.
Para isso, recorrem a um exército de bajuladores, sedentos de “cunhas” e facilitismos, que em troca de privilégios de qualquer ordem, passam a apoiar quaisquer actos ou decisões de interesse próprio do bajulado ou do corporativismo a ele associado, mesmo que esses actos não agradem na totalidade ou tenham propósitos duvidosos.
Os bajuladores elogiam sem motivos, fomentam rumores e intrigas e são facilmente manipulados.
Enquanto existem aqueles que utilizam a bajulação como ferramenta de “alpinismo social”, aquele que promove e permite tais atitudes, fá-lo para ter uma falsa sensação de aumento de poder e fama.
O maior perigo da bajulação, é que ela turva a visão da realidade.
Um conjunto permanente e periódico de elogios, pode proporcionar ao elogiado uma falsa sensação de segurança e inteligência, já que as pessoas parecem concordar sempre com o seu ponto de vista ou com a falta de qualidade do trabalho que faz. Desta forma, o bajulado será sempre agraciado com informações distorcidas que muitas vezes não refletem a gravidade ou a urgência dos problemas existentes.
Para os que deambulam entre as cores ou que não sentem a necessidade de optarem por uma, e que não aceitam serem manipulados porque a bajulação lhes causa asco, resta-lhes a indignação e a cidadania activa como forma de luta.
É possível mudar o sistema e a política da bajulação? Sim, basta crer, agir e fazer-se ouvir.
VOX POPULI, VOX DEORUM!
Dez ilhas, Uma diáspora, Uma só Nação!!
FORTE APLAUSO
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