A meia volta do mundo!
Colunista

A meia volta do mundo!

A meia volta, no seu conceito objectivo, significa girar o objecto a 180º dando as costas à posição anterior. Pois, então se assim for, analisando os sinais dos nossos tempos, temos o mundo a girar e a surprender.

O homem e seus sistemas de governação, foram ao longo dos tempos conquistando e aprimorando ganhos científicos, cuja, aplicação tem resultado em importantes domínios do espaço cósmico, das costras e entranhas terrestes, da exploração dos minérios, mares, oceanos e glaciais, com suas biodiversidades, sistemas de sobrevivências e condições de vida cada vez mais estudadas e como nunca conhecidas, publicadas em diferentes plataforma e manuais disponíveis em todas as línguas e acessível a todos os homens.

O mundo hoje está aberto e a levamos na palma da mão! diz-se popularmente.

Entretanto, o que ganhamos, nós, humanidade, com todo este vasto mundo de conquistas, informações, plataformas tecnológicas, conhecimentos extraplanetários e mesmo redes internacionais sem limites de comunicação?

A história da humanidade dá conta que ao longo da existência humana e de seu longo curso pela terra, na tentativa de sobreviver e defender-se, muito cedo teve que enfrentar conflitos e aprender a dirimí-los, assistindo à proliferação de classes e ao distanciamento de uma maioria que a teoria do Estado, convencionou chamar de povo ou massas em detrimento dos poucos privilegiados – os nobres, os detentores do poder, em certas situações até autoproclamados “dignos representantes de Deus” e consequentemente, donos das riquesas. E mais à frente, a ciência política gera polos e os socialistas optam por separar em proletariado e burguesia, para logo a seguir a democrâcia dividir o ser humano em duas partes, aparentemente, iguais - a esquerda e a direita.

Eis o ponto da cozedura, onde o “chefe de cozinha”, é o lider mundial no comando imperialista com seu capitalismo irracional a deter 80% da riqueza do planeta e comanda sobre o subalterno cozinheiro que morre à mingua ao pé do calderão e com este corpo desgraçado e faminto atiça o fogo que promove sua industria e reforça seu poder. Assim está mundo!

As comunidades, os países e seus governos, os continentes e as organizações de boa vontade e todos nossos esforços de unificação, não conseguimos ser justos nem eficientes e os resultados continuarão a ser aqueles que conhecemos, sempre miseros e dependentes da vontade dos donos do mundo - o imperialismo que compra a conciência mais frágil, abate o líder mais carismático e põe a ciência a seu serviço. A cada ciclo vencido, uma nova evasão: finda a escravidão legal, emerge o colionalismo, o facismo abre Tarrafal, a independencia faz a revolução, vigora o neocolonialismo. Hoje este em queda e apanhado com as “calças na mão”, o império desesperado, aposta tudo e quer vir, descaradamente, fazer de nós novamente escravos, tansformando-nos em Cubaias. O que diria a União Africana?

Sabe, porque é que nossos paises emergentes apresentam grandes sinais de injustiça e visivelmente os governos se esforçam e não conseguem vencer as desigualdades? A humanidade está formatada para ser injusta! Os maiores e mais bem equipados laboratórios e os cientistas mais experimentados e bem pagos estão aos serviço do império mundial da riqueza – o capitalismo- onde os engenheiros dedicam milhares de horas de seu estudo e pesquisas a desenhar as melhores e mais sofisticadas máquinas de matar, enquanto a bioquímica mergulha na delicadeza da ciência microscópica ultra eletrónica, para produzir novas formas micrôbianas raras, propositadas para comprometer vidas e embaraçar a normalidade, complicando ainda mais a vida às classes dominadas. Tudo sob a bandeira e o símbolo da ganância, ou seja, completamente irracional. Caso para concluirmos que a ciência e os estudos, na sua generalidade, estão ao serviço do poder imperial mundial, pisando sobre o mundo inteiro.

O relatório da organização não-governamental Oxfam, calcula que mais de 80% da riqueza criada no mundo em 2017 foi parar às mãos dos mais ricos que representam 1 % da população mundial... Neste relatório a Comissão de Combate à Fome de Oxford (Oxfam, no acrónimo em inglês da confederação de 17 organizações não-governamentais) refere que metade da população mundial não ficou com qualquer parcela daquela riqueza.

Segundo a Oxfam, houve um aumento histórico no número de multimilionários no mundo: “atualmente existem 2.043 multimilionários em todo o mundo e 9 em cada 10 são homens”. Revela ainda o estudo que a riqueza dos multimilionários aumentou 13% ao ano em média desde 2010, seis vezes mais do que os aumentos dos salários pagos aos trabalhadores (2% ao ano). O mesmo relatório indicou que em 2017 a riqueza desse grupo aumentou 762 mil milhões de dólares (622,8 mil milhões de euros), uma verba suficiente para acabar mais de sete vezes com a pobreza extrema no mundo. Para a organização não-governamental, o crescimento sem precedentes do número de bilionários não é um sinal de uma economia próspera, mas um sintoma de um sistema extremamente problemático já que mais de metade da população mundial tem um rendimento diário entre 2 e 10 dólares (entre 1,6 euros e 8,1 euros).

Mantendo este nivel de desigualdade, a economia mundial, precisa ser 175 vezes maior, para que todos viessemos a ganhar mais do quinhentos escudos Cabovedianos por dia, conclui o relatorio - segundo o Observador.pt -.

O mundo precisa dar uma meia volta, está a dá-lo e Cabo Verde está tomando medidas para entrar na fila:

1. O socialismo cientifico se apresenta de novo como a solução a ser ajustado ao compasso da democrâcia, fazendo parte de uma conjuntura internacional humanizada e coerente. A experiência Cubana e seu princípio sagrado do INTERNACIONALISMO PROLETARIO, acaba de surprender o mundo e berruba a força do capitalismo imperial sob o lema “Patria o morte”;

2. Os recursos endógenos, passarão a merecer critérios de gestão mais racional e humanizado, passando a ser vergonhoso e criminal todo o investimento público individualizado, que fira a susceptibilidade coletiva, particularmente nas economias mais frágeis – aquisição de bens e serviços e eventos financeiramente escandalosos, viagens luxuosas, fixação de salários desrespeituosos à luz da “qualidade de vida” da franja oficialmente reconhecida como muito pobre (13% de nossos irmãos), enfim, as mordomias dos gestores - amadurecendo a cultura de transparência e humanização da gestão pública, com os recursos a servirem, efetivamente, para massificar a produção, gerar rendimento endógeno, dimínuir os níveis de dependências de importações e as garantias do sistema nacional de saúde, aumento da cobertura nacional de prevedência social e a intensificação da educação ambiental e aplicação rigorosa das convenções internacionais sobre a emisão dos gases com efeito de estufa, proteção dos solos oceanos e mares e a distribuição equilibrada dos recursos;

3. A aproximação real do Estado à sociedade, a cogestão dos recursos em parceria com as Organizações da sociedade civil organizada, incluindo as da diápora Cabovediana, enquanto legitimas representantes comunitárias, fazendo do Estado, uma verdadeira amara que liga a Administração e o povo a seu território.

O mundo precisa dar meia volta, desacelerar, respirar, encontrar-se consigo, com os povos e com a naturalidade da vida!

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