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A guerra na Europa reflecte o dilema da evolução planetária do século XXI, que sofre ainda as consequências da pandemia Covid -19
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A guerra na Europa reflecte o dilema da evolução planetária do século XXI, que sofre ainda as consequências da pandemia Covid -19

Nós aqui em Cabo Verde embora geograficamente longe sofremos já os efeitos “colaterais” deste novo conflito de impacto planetário, quando preparamos anciosamente a retoma pos a pandemia “Covid -19” que nos abalou drásticamente nos termos socioenomico e enfrentamos agora a mudança inflacionária repentina, nas nossas vidas, com a multiplicação da alta dos custos dos produtos alimenticios de primeira necessidade e de produtos energéticos indispensáveis e outros bens, como país pobre praticamente sem recursos e economicamente dependente a mais de 90%...

Entendemos e vemos a Rússia como sinônimo de quem olha para o passado por razões de futuro. A União Europeia representa: a defesa da democracia e da colaboração entre os povos além-fronteiras... E Cabo Verde não deve mover o centro de gravidade da sua principal preocupação, que é continuar a apostar fortemente na retoma pos “Covid -19”. Embora sabendo que haverá consequências para todas as nações, com esta horrivel guerra e que suportaremos, também, parte do fardo desta catástrofe na Ucrânia que reflete um dilema sobre o qual o século XXI está evoluindo!

Os grandes confrontos militares modernos foram causados ​​na Europa por autocratas cavando o orgulho nacional dos impérios terrestres derrotados. Surpreendentemente, os estrategistas políticos não previram o que poderia acontecer com a afirmação da Rússia de grandeza patriótica... Assim que se tornou presidente, Putin recapturou a Chechênia através de uma segunda guerra (99-09) após o fracasso da primeira (95-96). Ele forçou a independência de duas pequenas áreas da Geórgia, Ossétia do Sul e Abkhazia. Em 2014, assumiu a Crimeia deixando um conflito de larvas no leste da Ucrânia que talvez, agora justifica sua invasão.

E verdade seja dita, Putin tem um fundo lógico quando acusa o Ocidente de manter uma organização a “Nato-Otan” que foi criada para conter a URSS. Putim usa esse argumento para se posicionar como líder de um país assediado de fora por uma aliança militar. O presidente “moscovita” fascista continua exigindo para que a “Nato- Otan” não inclua países que fizeram parte de seu império...

Mas qual o papel da China a proposito deste horrivel conflito? Os USA, acreditam na posição quase milagre que nesta crise: "A China poderia se tornar um 'actor responsável´ “?

A relação entre Pequim e Moscovo é "sólida como uma rocha", disse o ministro das Relações Exteriores da China, “Wang Yi”, especialmente, a quando da assinatura da "parceria privilegiada" em 4 de fevereiro entre Xi Jinping e Vladimir Putin. Uma amizade "mais forte que uma aliança", citação do próprio número um chinês. Aliás a propaganda pró-Rússia chinesa, está estabelecida há muito tempo e provavelmente, agora é tarde demais para denunciar o horror da agressão. Os aficionados chineses de Vladimir Putin achariam difícil entender tal reversão...

A China e a Russia, são aliados na aversão ao inimigo agora hereditário – os Estados Unidos, acusados ​​de serem “unipolares” em nome de uma “suposta universalidade” – os dois autocratas aliados praticam o oportunismo político para melhor defender seus sistemas autocratas.

O que é que se pode fazer para: "tornar o mundo mais seguro para a democracia", se Xi e Putin querem consolidar seu poder autoritário talvez ao longo do tempo...

Diferenças notáveis ​​permanecem. Ao atacar a Ucrânia, Putin está perseguindo a reconquista de uma Rússia “tzarista” indetectável. Há anos que, a Rússia parece mais como uma potência "disruptiva", quando do outro lado, a China de Xi almeja alcançar a supremacia mundial. Eles encarnam dois poderes revisionistas de diferentes tipos: a Rússia destrói, procura se infiltrar, influenciar a opinião pública, apoia regimes em desacordo com a comunidade internacional (o do sírio Bashar Al-Assad e o do bielorrusso Alexander Lukashenko) regimes contrário aos valores internacionais, defendidos pelas instituições onusianos e as democracias...

Mas, havia espaço para, de alguma forma, atender às demandas da Rússia e impedir sua ação “beliquosa” repreensível, a todos os títulos. A insistência na expansão da “Nato-Otan” para o Leste põe em causa a abordagem à segurança inclusiva, que deve ser um princípio básico para garantir a confiança estratégica e o não confronto.

Nós aqui em Cabo Verde embora geograficamente longe sofremos já os efeitos “colaterais” deste novo conflito de impacto planetário, quando preparamos anciosamente a retoma pos a pandemia “Covid -19” que nos abalou drásticamente nos termos socioenomico e enfrentamos agora a mudança inflacionária repentina, nas nossas vidas, com a multiplicação da alta dos custos dos produtos alimenticios de primeira necessidade e de produtos energéticos indispensáveis e outros bens, como país pobre praticamente sem recursos e economicamente dependente a mais de 90%...

Mas vamos aqui ampliar o foco nesta nova guerra na Europa: O que realmente está em jogo? Vamos aventurar-nos em “palpites” e na “interpretação”! É provável que nesta perigosa década em que vivemos, o sinal da luta pela hegemonia global esteja já determinado. Os Estados Unidos e o Ocidente não aspiram a compartilhar as grandes mudanças vividas no mundo nos últimos trinta quarenta anos. Pensamos que o principal rival estratégico dos USA é a China e não a Rússia. E nesse sentido, acumularam-se ressentimentos contra Pequim há já vários anos e pelas perspectivas espera-se que esta tendência se agrave...

O aumento da pressão contra a China é claramente perceptível. Há guerras comerciais e tecnológicas (não é pressão americana sobre os aliados para não adotarem o 5G da Huawei como uma limitação de suas soberanias?).

Essa perspectiva geral é importante. A China e a Rússia estão em uma abordagem progressiva e constante há pelo menos vinte anos. Compartilham laços econômicos (ainda que em volume muito inferiores aos mantidos pela China com a UE ou os EUA) e sobretudo, teem uma visão semelhante do momento internacional marcado pela denúncia da hostilidade ocidental diante do medo de serem deslocados.

Essa complementaridade é relevante, na medida em que fortalece a conjunção entre os dois grandes países. Embora a China se esforça para se distanciar das formas do Kremlin nesta guerra, mas, compartilha a substância das demandas da Russia...

Em guisa de conclusão, perguntamos: Como é que chegamos a isso, em pleno século XXI? Será que a comunidade internacional agiu de forma irresponsável coletivamente? Foi tão difícil dar à diplomacia a “chance” de equilibrar as demandas de cada candidato de maneira equilibrada? Ou isso faz parte de um contexto de grande transformação que atinge a ordem mundial póst-“Guerra Fria” como um todo? E nós pequeno país insular frágil e dependente, como orientar nosso posicionamento geoestratégico e relações diplomaticas, não estamos vivendo o existencialismo de “soberania limitada” aplicada pelos “resultantes” de uma guerra de destruição com graves consequências humanitárias?

miljvdav@gmail.com

 

 

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