A fragilidade humana como um factor inato
Colunista

A fragilidade humana como um factor inato

As perdas, as frustrações, dores e tudo que altera o curso natural da vida, aponta-nos para um campo de confronto da realidade. Reconhecer que somos apenas humanos, seria um passo importante para uma consciência vital das nossas prerrogativas e como encarar os desafios que chegam. As nossas forças se perdem num abrir e fechar de olhos. Quando menos esperamos, as circunstâncias assumem novos contornos e interpretações. As ações mutáveis, devem nos ensinar que nada é absolutamente permanente.

 Quando menos esperamos percebemos que as nossas forças se foram, que as circunstâncias emocionais não são as mesmas, que alguma coisa não vai bem. Fingir que somos fortes, que nada nos atinge, que podemos driblar sempre as situações da vida, é antecipar o sofrimento e tornar a nossa situação mais delicada ainda. Aceitar a nossa absoluta fragilidade, é um passo importante e inteligente para evitar um sofrimento mais agudo. Apropriar de uma realidade pessoal menos sofredora, conjuga com a aceitação de quem realmente somos. Uma existência positiva, demanda um reconhecimento consciente da nossa inata fragilidade. Isto é, sem nenhuma ilusão. A sociedade pós-moderna vive a instância do imediato, e da frenética velocidade ambivalente. Isto porque ignorar os factos subjacentes á nossa permanente realidade intrínseca, causa justamente um sofrimento ainda maior.

Lembrar que a vida é tão curta e que nada é absolutamente segura, já é um passo "sublimar". Nossos sentimentos, pensamentos, emoções, e tantas outras respostas, que nem sempre estamos aptos para atender com eficiência, mudam constantemente. Diariamente assumem alterações imprevisíveis. A nossa fragilidade é real e concreta.

As perdas, as frustrações, dores e tudo que altera o curso natural da vida, aponta-nos para um campo de confronto da realidade. Reconhecer que somos apenas humanos, seria um passo importante para uma consciência vital das nossas prerrogativas e como encarar os desafios que chegam. As nossas forças se perdem num abrir e fechar de olhos. Quando menos esperamos, as circunstâncias assumem novos contornos e interpretações. As ações mutáveis, devem nos ensinar que nada é absolutamente permanente.

Tudo passa e quando menos esperamos, chegam as lágrimas inesperadas e decepções que nunca imaginávamos. Nenhuma ação compensatória consegue substituir aquilo que de mais profundo existe em nós. No final, percebemos o quanto poderíamos ser mais simples e que deveríamos reconhecer a nossa absoluta fragilidade. Todo o nosso orgulho, a superioridade pessoal e a incapacidade de compreender o outro, se tornam ações insignificantes; isto é, quando aceitamos o que nos remete á realidade mais "primitiva" e rudimentar em nós. Assim sendo, tudo muda para melhor. Negar esse facto, é inconsistente, e uma demonstração clara da nossa ineficácia pessoal e do quanto nada sabemos sobre realidades mais profundas da vida.

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SOBRE O AUTOR

Lino Magno

Teólogo, pastor, cronista e colunista de Santiago Magazine

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