Desde que tenho noção propria e convicta da minha fé, por volta dos meus 15/16 anos de idade, entendo que ela, a fé, deve ser vivida integral e profundamente, mas de forma racional. Desde sempre, tive o sentimento, que com o passar dos anos e as experiências transformou-se em convicção, que o Cristianismo não é religião e que a fé extravasa a naturalidade, mas não irracionaliza quem a tem. A fé verdadeira.
Uma das experiências mais marcantes da vida de um cristão é o milagre, que, infelizmente tem sido usado por vendedores da fé (humana) para ganhar notoriedade, dinheiro e poder. Mas os milagres acontecem e são reais.
Desde criança, ouvi, vi e vivenciei muitos, sem deles fazer qualquer idolatria. Sempre entendi que, ao contrário do que é moda agora, o milagre não depende de quem o pede ou o recebe, mas primeiro do propósito de Deus para a pessoa ou situação em concreto e também da fé genuína de quem necessita dele.
Quem me conhece sabe que respeito todas as crenças e não crenças. Muito mais, respeito as pessoas. Mas eu acredito em milagres feitos por Deus e gostaria que os meus amigos não só cressem como os vivenciassem.
Durante os próximos sete dias, vou publicar diariamente um milagre, com personagens e factos conhecidos, que ainda podem “dar fé” do ocorrido.
Na década de 1950, o meu pai, Álvaro Barbosa Andrade, e a minha mãe, Isaura Andrade, foram pastores da Igreja do Nazareno na ilha do Fogo. Terreno difícil, com populações esparsas e em que o meio de transporte era … a pé ou a cavalo.
Entre as muitas localidades onde quiserem levar o Evangelho, tentaram chegar a uma zona chamada de Estória-Forno, entre Penteada e Luzia Nunes. As pessoas trancavam-se em casa e ninguém se dignava dirigir-se a eles, muito menos participar numa reunião dos “protestantes”. Era o tempo da perseguição religiosa.
Homem de profunda fé, o meu pai decidiu jejuar por três dias, durante os quais pediu a Deus que abrisse uma porta naquela localidade. Dias depois, uma mulher com um bebé às portas da morte chegou, desorientada, perguntando pelo “senhor Nununa”, que é como o chamavam no Fogo em referência ao seu nominho Nununo.
“Disseram que ele cura pessoas”, afirmou a mãe desesperada. O meu pai explicou que ele não era médico, nem curava ninguém, mas havia “alguém que podia curar o filho dela se ela tão somente tivesse fé em Deus, que, sim, tem poder para curar”.
De seguida, entrou numa loja próxima e pediu ao dono uma colherzinha com óleo e um quarto da casa para orar juntamente com a mãe da bebé e a minha mãe. Num acto simples mas com muita fé, ele ungiu o bebé com o óleo (sem nenhum poder mágico, apenas um símbolo) e orou por cura.
A cura foi imediata e a mãe da criança encarregou-se de levar as “boas novas” a todos. Afinal “os protestantes” não eram do diabo.
A minha mãe, que ainda está viva para contar, disse que as portas daquela localidade se abriram e só as reuniões com crianças passaram a ter uma média semanal de 150.
Acredite se quiser, mas milagres são reais. Também pode ter o seu, sem pagar nada a a ninguém. Basta ter fé!
Até amanhã.
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