Sociedade

“Sabe-se que algum de nós recebeu uma parte do primeiro semestre do ano lectivo passado, mas há quem ainda não tenha recebido qualquer centavo. É uma situação preocupante, visto que muitos de nós assumimos compromissos a contar com aquele dinheiro”, conta um docente em anonimato.

Outro professor ouvido por Santiago Magazine mostrou-se também preocupado com o silêncio da administração da Universidade “que não se digna nem de responder aos e-mails enviados”.

“Estamos quase todos os dias a ligar para o serviço de tesouraria e é nos dito que a situação está a ser resolvida. Isso há mais de cinco meses. Como é possível isto estar a acontecer na universidade pública?”, acrescentou outro professor universitário.

O Santiago Magazine teve acesso a uma mensagem enviada aos docentes pelo administrador da Uni-CV, Salvador Moniz, comunicando que a Universidade de Cabo Verde está ciente dos atrasos que têm verificado no pagamento da sua remuneração pela colaboração prestada durante o ano letivo passado.

“Infelizmente, à semelhança do que tem acontecido nos outros setores, a Uni-CV foi e continua a estar fortemente atingida pela situação pandémica que assola o país e o mundo. Pois, a principal fonte de receitas da Universidade tem proveniência no pagamento de propinas, a cupuladas ao rendimento das famílias cuja situação, na maioria, é conhecida de todos”, escreveu.

Consciente das suas obrigações, disse, com muito esforço, a Uni-CV só conseguiu honrar com   50% do acordado para o primeiro semestre do ano letivo 2020/2021.

“Com efeito, no processo de arranque do novo ano letivo, a Uni-CV, perspetiva, nos próximos 3 meses, o cumprimento de todas as obrigações assumidas com os seus colaboradores que prestam serviços em regime de tempo parcial e criar bases para a continuada confiança de colaboração”, prometeu Salvador Moniz.

Até lá, está a decorrer um concurso de recrutamento de professores para o próximo ano lectivo na Uni-CV, alguns disseram que não resolveram se candidatar por causa da situação verificada.