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Maritza Rosabal suspende salário a 390 professores "fantasmas"
Sociedade

Maritza Rosabal suspende salário a 390 professores "fantasmas"

Próximo de completar dois anos à frente da Educação em Cabo Verde - no próximo mês -, Maritza Rosabal informa ao país ter descoberto que cerca de 20% dos docentes cabo-verdianos não estão inscritos em nenhuma actividade lectiva e mandou suspender o salário a 390 docentes com paradeiro desconhecido.

As informações foram avançadas à imprensa pela ministra da Educação, Família e Inclusão Social no final de uma visita de seis dias a Santo Antão, onde manteve encontros com responsáveis locais.

Segundo a governante, Cabo Verde conta com cerca de 7 mil e 700 professores dos ensino básico e secundário, mas cerca de mil e 700 não estão inscritos em nenhuma actividade lectiva e não se conhece o paradeiro de 390.

Por essa razão, a ministra  mandou suspender os salários como forma de localizar os docentes, cujo pardeiro o seu ministério desconhece.

"Temos praticamente 20% dos docentes que não estão inscritos em nenhuma actividade lectiva, que realizam outro tipo de actividade. Temos alguns professores, perto de 390, que neste momento nem sequer sabemos onde estão", salientou a ministra, citada pela Rádio Nacional.

"Aqueles professores que não estamos a conseguir localizar, mandamos suspender os salários porque assim talvez consigamos localizar onde estão. Temos que ter algum mecanismo para podermos resolver estas situações", frisou Maritza Rosabal.

A ministra disse que ao resolver esta situação, o Ministério vai racionalizar os recursos e melhorar os resultados.

Recorde-se que Maritza Rosabal tem estado envolvida em várias situalóes sensíveis. Os erros nos manuais de matemática foi o caso mais mediático, que ditou a queda da directora nacional da Educação,  Adriana Mendonça. 

Até este momento, o referido dossier foi suficientemente explicado à sociedade cabo-verdiana, tendo o PAICV solicitado a intevenção do Ministério Público, no sentido de se apurar as responsabilidades e a consequente reposição dos estragos causados ao erário público e aos pais e encarregados da educação.

O pomo da discórdia sobre este acto está relacionado - não obstante os erros e gralhas então considerados inadmissíveis por especialistas e vários professores - com o facto de a ministra da Educação ter declarado perante os órgãos de comunicaçãos social de que os manuais eram ofertas de uma empresa sueca, por sinal propriedade de uma prima de Ulisses Correia e Silva, e no entanto, o Tesouro ter pago pela produção dos mesmos.

Na ocasião, o PAICV, maior partido da oposição, falou de fuga ao fisco, jogo de influências, entre outros actos lesivos ao interesse público, remetendo o assunto para a alçada do poder judicial.

Outra questão que também fez correr muita tinta é a suspensão das reclassificações e progressões dos professores, um acto do governo anterior e que Maritza Rosabal mandou anular, sob o argumento de que estaria ferido de várias irrigularidades. Este dossier valeu a esta governante muitas lutas com os sindicatos e com a oposição, mantendo-se porém firme nas suas decisões até ainda.   

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Redação