Glaucoma: Doença irreversível e incurável é a principal causa da cegueira - especialista
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Glaucoma: Doença irreversível e incurável é a principal causa da cegueira - especialista

A oftalmologista Francisca Inocêncio recomenda às pessoas a realizarem consultas de oftalmologia a partir dos 35 anos para o diagnóstico do glaucoma, uma doença “irreversível e não curável e a principal causa” da cegueira.

Trata-se, segundo a especialista, de uma doença ocular causada principalmente pela elevação da pressão intraocular que provoca lesões no nervo óptico e, como consequência, comprometimento visual.

Se não for tratado adequadamente, pode levar à cegueira, citou a especialista em declarações à Inforpress, no âmbito do Dia Mundial do Combate ao Glaucoma, assinalado hoje.

A mesma fonte considerou que as pessoas devem procurar os serviços de saúde, principalmente a partir dos 35 anos, visto que o glaucoma só é encontrado quando se vai à procura e o tratamento é “bastante delicado”.

“O acesso a uma consulta de oftalmologia não é fácil, nos hospitais públicos é muito complicado, e ir ao um oftalmologista não quer dizer especificamente para colocar óculos, é um processo que significa muito mais, daí dessa sensibilização às pessoas em procurar este serviço para o diagnostico”, lembrou Francisca Inocêncio.

Em Cabo Verde, há vários casos de pessoas que enfrentam esta doença, referiu a médica, e acontece na faixa etária a partir dos 40 anos, em que muitos dos casos de cegueira são causados pelo aparecimento da doença.

Avançou que é uma doença que não tem cura, mas que pode ser controlada, isto é, estar atento aos sintomas que só aparecem normalmente numa fase mais avançada da doença.

A especialista referiu que há vários tipos de glaucoma, neste caso o mais comum é o glaucoma crónico simples ou glaucoma de ângulo aberto, que representa mais ou menos 80 por cento (%) dos casos e incide nas pessoas acima dos 40 anos, mas pode ocorrer em qualquer faixa etária, e, na maioria dos casos, é assintomático.

Francisca Inocêncio explicou ainda que por ser uma doença causada por uma alteração anatómica na região do ângulo da câmara anterior, impede a saída do humor aquoso e aumenta a pressão intraocular, daí que o diagnóstico precoce se torna um dos métodos para a sua identificação.

“São situações extremamente preocupantes porque não se pensa no glaucoma numa criança, por exemplo, mas há casos em que isso acontece, pelo que o diagnóstico dois dias depois do nascimento de um bebé pode-se conseguir a detecção precoce do glaucoma”, referiu.

Quanto ao tratamento, conforme a mesma fonte, inicialmente é clínico e à base de colírios, alertando também que o seu surgimento pode ser causado por exemplo em pessoas com a diabetes.

O Dia Mundial de Combate ao Glaucoma, celebrado a 12 de Março, objectiva chamar a atenção para a importância do acompanhamento oftalmológico adequado como forma de prevenir e tratar a doença.

De acordo com estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença afecta entre 1 % e 2 % da população com mais de 40 anos em todo o mundo, o que representa cerca de 3 milhões de pessoas.

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