Autoridades já começaram a permitir o isolamento domiciliar de pessoas infetadas pelo novo coronavírus na Praia, mais de três meses depois de admitirem apenas o isolamento institucional, disse hoje fonte oficial.
“Em relação ao isolamento domiciliar, já confirmado com o gabinete do ministro da Saúde e da Segurança Social, parece que as orientações já foram distribuídas, já foram enviadas para as delegacias, e a informação que eu tenho é que aqui na Praia já começaram a permitir o isolamento domiciliar. Já está a ser operacionalizado”, informou o diretor do Serviço de Prevenção e Controlo de Doenças, Jorge Noel Barreto, na habitual conferência de imprensa para fazer o ponto de situação do novo coronavírus no país.
Desde o início da pandemia de covid-19 no país, em 19 de março, as autoridades de saúde optaram pelo isolamento institucional, em hospitais de campanha nos diversos municípios, sendo que apenas os casos graves são internados nos hospitais.
Na semana passada, também na habitual conferência de imprensa, Jorge Barreto tinha avançado que o isolamento domiciliar no país seria apenas para quem reunir as condições e passar por uma avaliação médica, social, habitacional e económica.
O diretor adiantou na ocasião que foi criada uma aplicação para fazer a avaliação e será mediante a resposta às perguntas que se vai decidir se a pessoa tem ou não condições de fazer o isolamento domiciliar.
“Por exemplo, se a pessoa coabita com outras pessoas, se há condições no domicílio de fazer a separação entre outras pessoas e essa pessoa que tem [a doença], se é uma pessoa que tem autonomia física, consegue fazer as suas atividades do dia-a-dia, se é uma pessoa que consegue fazer a sua higiene, de fazer a limpeza do sítio onde vai ficar isolada”, exemplificou Jorge Barreto.
Além disso, uma pessoa muito idosa, com outros problemas de saúde, nomeadamente hipertensão ou diabetes, da avaliação poder-se-á entender que ela deve ficar no isolamento institucional ao invés de ficar no isolamento domiciliar, disse este responsável.
“É uma série de fatores e condições que são analisados e que no final indicam se a pessoa tem ou não condições de fazer esse isolamento domiciliar. Portanto, não será toda a gente que fará o isolamento no domicílio”, sublinhou Jorge Barreto.
Cabo Verde registou hoje mais 40 casos de covid-19, elevando o total nacional acumulado desde 19 de março para 1.267.
Do total, há 621 casos ativos (49%), em isolamento, dois doentes transferidos para os seus países e 15 óbitos (1,2%).
Mantém-se o registo de 629 casos (49,6%) dados como recuperados pelas autoridades de saúde cabo-verdianas.
Em África, há 10.151 mortos confirmados em quase 405 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 512 mil mortos e infetou mais de 10,56 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Com Lusa
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