Os bombeiros da Praia iniciaram hoje uma greve de dois dias porque, segundo o sindicato que os representa, a câmara “não está a cumprir um acordo assinado há três meses” sobre promoções, progressões e subsídio de risco.
Em declarações à Inforpress, o líder do Sindicato de Indústria Geral, Alimentação, Construção Civil, Agricultura, Florestas, Serviços Marítimo e Portuário (SIACSA), Gilberto Lima, acusou os responsáveis da Câmara Municipal da Praia de “não dialogarem com os sindicatos”, quando foram confrontados com o não cumprimento do acordado em sede da Direcção-geral do Trabalho (DGT).
“No quadro do pré-aviso da greve, fomos convocados pela DGT e a câmara não compareceu”, lamentou o presidente do SIACSA, lembrando que, à luz do Código Laboral em vigor no país, a presença das partes “é obrigatória”.
A falta de comparência da Câmara Municipal da Praia no encontro convocado pela DGT, segundo aquele responsável sindical, criou um “mal-estar no seio da classe dos bombeiros”, pelo que não restava outra solução, senão partir para a greve.
Explicou ainda que por causa da não comparência dos responsáveis da autarquia na referida reunião, os serviços mínimos não foram discutidos e, mesmo assim, disse, o sindicato, “por iniciativa própria”, contactou o comandante dos bombeiros, Celestino Afonso, e o responsável dos recursos humanos, e foi analisada a possibilidade de se disponibilizar 13 homens para cobrir as “necessidades impreteríveis” durante o período da greve.
“Neste momento, acabo de receber uma chamada do comandante a dizer que os 13 homens não lhe chegam, porque não tem condutores, entre outras coisas”, afirmou, para depois lembrar que a importância da greve é “para ter o impacto e sem isto não existe em parte alguma”.
Relativamente à possibilidade de a câmara, via Governo, recorrer à requisição civil, adiantou que, caso isto venha a acontecer, os bombeiros vão acatar, mas que a edilidade ficará cada vez “mais enfraquecida”, porque a não comparência na reunião convocada pela DGT podia significar que não haveria os serviços mínimos.
Instado se houver um incêndio disse que o sindicato e os bombeiros analisarão friamente a situação.
“Deus queira que não aconteça nada, mas se acontecer, paciência”, suplicou o sindicalista, rematando que os bombeiros são uma classe “muito especial” e, por isso, deviam ter um “tratamento diferenciado” em relação aos demais trabalhadores.
A Inforpress esteve na sede câmara da Praia para ouvir a versão da edilidade, mas foi informada que o presidente se encontra fora da ilha.
Na ocasião, o vereador que superintende a área dos bombeiros também estava ausente. Tentamos contactar o comandante dos bombeiros da Praia, Celestino Afonso, e este, por razões que se desconhece, não atendeu o telemóvel.
Com Inforpress
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