Pedido de esclarecimento ao Cônsul Geral de Cabo Verde em Boston   
Ponto de Vista

Pedido de esclarecimento ao Cônsul Geral de Cabo Verde em Boston  

Nunca me passou pela cabeça que, um dia, iria rabiscar algo em desacordo com a atitude de um Cônsul do meu Cabo Verde em Boston, mormente um consulado, que no passado fiz rasgados elogios aos seus representantes diplomáticos e seus funcionários. Fiz de tudo, lutando comigo mesmo para não ter de redigir este texto. Mas ao aperceber que a forma como a representação diplomática de todos nós está politizada, o sistema criado de forma minucioso “compelindo” os próprios funcionários a sonegarem informações e de intervirem em questões complexas e pertinentes com a escusa de não transmitirem informações não autorizadas ou inconvenientes para não se tornarem cúmplices prejudicarem o CHEFE!

Em abono da verdade quero aqui afirmar que por mim, o desempenho do Cônsul Moniz, desde que está neste cargo na terra do Tio Sam, tem sido imaculado e muito positivo, realçando o seu papel no combate à SARS Cov 2 com muita mestria e inteligência, não obstante, a meu ver, ter-lhe faltando em momentos cruciais o apoio dos seus principais colaboradores que, contrariamente ao que se esperava mostraram algum desmazelo, esquecendo que trabalham num espaço nobre com a missão e obrigatoriedade de ajudar, proteger e servir os nossos patrícios, emigrantes ou não, que utilizem aquele serviço por questões diversas, pedindo e esperando auxilio. 

Por acaso, de janeiro a esta parte, eu e o Senhor Cônsul Hermínio Moniz tínhamos comunicado regularmente através de mensagens via Facebook, digo de passagem, uma comunicação saudável, fraterna e de boa convivência, mas do nada, tudo deteriorou-se, deixando-me perplexo e sem reação pela postura absurda, inqualificável e indigna para uma pessoa de boa índole, mormente quando ela é representante diplomático. O seu comportamento deixou-me com um amargo de boca por ficar com a sensação de estar perante uma entidade que acredita e defende sem pestanejar em bacorejos e difamações gratuitas levadas a cabo por pessoas bem identificadas e de carácter duvidosa que usam de todas as armas, enlameando pessoas de bem para amparar e suster o seu governo/partido. Devo aqui realçar que a atitude do Sr. Cônsul não condiz com o cargo que ocupa.

O facto desta admiração tem a ver com um “post” que este representante diplomático leu no facebook onde, os rabentolas, me apelidavam de torturador afago habitual em período de pré-campanha eleitoral. Aliás, quando o Dr. Hermínio Moniz contactou-me querendo saber da veracidade da acusação lida na rede social, gesto digno do cargo que ocupa, que lhe agradeci e que prontifiquei imediatamente a clarificar, explicando-lhe que são mimos habituais de nomeados maldizentes, que de forma propositada ou por me confundirem com outros Carlos Tavares de tempos em tempos presenteiam-me com essas meiguices, caluniando-me com inverdades como esta e muitas outras que considero normal, no seio dos “democratas” ventoinhas por falta do poder encaixe de aceitar criticas e partem para detração, injuria, enlodando aqueles que lhes são incómodos. Atitude corriqueira desta nossa politiquice e ainda jovem democracia. Situações dessas tem acontecido continuamente, basta ver as diversas insinuações inapropriadas feitas aos nossos dirigentes, quer da situação como da oposição. Em relação à minha pessoa, esta postura não me faz moça e relaciono com ela normalmente, pois “QUEM NÃO DEVE NÃO TEME”. 

Momentos depois a minha explicação, o Sr. Cônsul respondeu-me dizendo que realmente existem pessoas que gostam de levantar suspeitas por tudo e por nada e que ele não compartilha amizade com indivíduos deste calibre. Continuando disse que conhecia um tal Carlos Tavares que até foi o seu colega de faculdade em Alemanha. E contestando o seu comentário reafirmei-lhe a minha indiferença e que lido serenamente com estes infames, por não ter rabo de palha.

Posto isto acreditei que tudo tivesse ficado esclarecido e sanado. Qual não foi o meu espanto, quando horas mais tarde recebi uma outra mensagem do nosso Cônsul de seguinte teor: Sr. Carlos, depois de “INVESTIGAR” conclui que o Carlos Tavares que foi meu colega de faculdade e que conheci muito bem, não faria tais barbaridades, assim, a partir deste momento não quero mais conversa consigo e vou bloquear-lhe no FB. E, de facto, momentos depois a ameaça concretizou-se, bloqueou-me, deixando-me sem hipótese de me defender e de conhecer os reais motivos desse ato! Não obstante pelas afirmações proferidas entenda-se que o Sr. Cônsul “investigou” como diz, e deu como provado oque leu, sentenciando-me  e indo na onda dos difamadores da minha honra. 

Não satisfeito com a sua decisão, recorri ao mensanger do Consulado no FB, enviando-o meu número de telefone pedindo que o Sr. Cônsul me telefonasse para esclarecermos do porque dessa decisão unilateral e radical, que segundo a minha modesta opinião, não fica bem nem para mim enquanto cidadão sério e honesto e ele enquanto responsável diplomático do meu país em ter dúvidas e levantar suspeitas de índole criminal em relação a uma pessoa conhecida tanto aqui nos EUA como em Cabo Verde e que já foi agraciado pelo mais alto magistrado da Nação cabo-verdiana só porque um individuo o caluniou de torturador.

Um dia depois, recebi uma mensagem do consulado questionado do assunto que queria tratar com o Sr. Cônsul e se o mesmo não podia ser tratado ao nível de secretaria, no qual retorqui que deveria ser debatido diretamente com o Sr. Cônsul. No dia seguinte, recebi uma nova mensagem dos serviços consulares informando-me que a mensagem foi entregue. Passado alguns dias, (17 de Fevereiro) não satisfeito com o silêncio do nosso representante diplomático em Boston enviei uma nova mensagem ao consulado alertando-lhes que continuo aguardando o contacto do Sr. Cônsul. E no dia seguinte o consulado despachou-me avisando que o assunto é entre mim e o Cônsul e que não devia utilizar os serviços consulares para mandar mensagens, visto que elas não serão entregues.

Estou chocado e estupefacto

Com mais de 40 anos de política já assisti a tudo, mas ter de aquiescer e tolerar que uma entidade, digno representante do Estado de Cabo Verde no exterior, vir julgar-me por um post que leu numa rede social que apelidava a minha pessoa de torturador é de bradar aos céus e que não aceito e nem vou dar de barato. Tomarei as medidas que se mostrarem necessárias para limpar o meu nome e a minha honra. Uma coisa é ser vilipendiado por um Zé ninguém e outro é ser injuriado por uma figura pública e autoridade do teu país, no estrangeiro

Eu, como muitos cabo-verdianos, sinto-me honrado por ter sido funcionário público e de servir o Estado de Cabo Verde nos primórdios da sua independência. Inicialmente como militar, (1976) depois como funcionário do Ministério das Obras Públicas, mais tarde como membro de segurança pessoal do Presidente Aristides Maria Pereira e posteriormente transferido para os Serviços Administrativos do Ministério do Interior, e depois para os Serviços Administrativos do  Comando Geral em S. Vicente. Portanto, um trajeto que me orgulha e envaidece qualquer patriota que serve ou serviu o seu país. Aliás, estou em crer, que o próprio Cônsul, sente-se orgulhoso por servir Cabo Verde, independentemente de qual for o partido que esteja no poder! Penso que hoje não se sente mais funcionário, do período em que esteve em Nova Iorque, ou em Cabo Verde!    

Creia-me que não me sinto diminuído por ter trabalhado nos primeiros quinze anos da nossa independência, no regime do partido que houve excessos como também os houve no multipartidarismo, com perseguição a jornalistas, sindicalistas, aos profanadores etc, etc. Certas palavras como TORTURA, POLICIA-POLITICA e DITADURA foram induzidas por pessoas bem identificadas como o Dr. Carlos Veiga, que por conveniência própria, esqueceu de ser o responsável mor do problema de Santo Antão aquando da implementação da lei de Reforma Agrária feita por ele. Prova disso é o resultado que teve nas urnas depois do povo descobrir as suas falácias. 

Senhor Cônsul, como lhe tinha dito anteriormente, cada pessoa é livre para difamar, enganar, mentir, congratular, premiar a quem quiser e como bem entender. Mas, uma entidade oficial do Estado de Cabo Verde na pessoa do Senhor Hermínio Moniz tem de ponderar e ter a certeza do que diz ou faz. Pior ainda quando esta ação conta com o suporte do serviço consular. 

Prezado Cônsul, espero uma clarificação por parte de vossa excelência, dos motivos que o levou a bloquear a minha pessoa no seu FB, sem motivo aparente, visto que lhe dirigi a si com respeito, antes de me posicionar a fim de esclarecer este incidente e limpar a minha honra.

Espero não ser ignorado por si, pessoa que aprecio e respeito pela ação que tem tido à frente da diplomacia cabo-verdiana no estado de Massachusetts, na cidade de Boston.

 Pawtucket, RI 22 de Fevereiro 2021

 

Carlos Tavares - 401-439-9889 ctavares7658@gmail.com

 

OBS: Só depois de esgotar o diálogo entre nós, a imprensa local Americana e cabo-ver-

          diana (Boston Globo, Channel  6, 12, 10, asemana anação e expresso das ilhas

          terão acesso a esta carta.

 

 

           

 

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