Já é público que a Comissão Política Nacional do MpD decidiu esta quarta-feira (11 de novembro) pela marcação da eleição para a Assembleia Concelhia da Praia que, por sua vez, terá lugar no mais importante círculo eleitoral do país no dia 13 de dezembro deste ano. Antes de mais, gostaria de congratular com a decisão, na medida em que, seria de todo incoerente apresentar-se às eleições legislativas sem ter todos os órgãos em pleno funcionamento e legitimados pelo voto do povo do partido.
Com o tempo as eleições têm despertado cada vez menos entusiasmo nos militantes. Temos de aceitar com humildade que as eleições internas têm servido unicamente para mandatar (algumas) pessoas a assumirem cargos no aparelho do Estado. Por estarmos em época de eleição e necessariamente de reflexão, convém falarmos sem receios. Falar para aceitar. Falar para reconhecer que os militantes foram, com o tempo, relegados ao descaso e conscientemente têm sido preteridos na assunção de cargos na nossa Administração Pública. Com o tempo tornou-se incompatível a militância convicta e a participação ativa nos órgãos do Estado.
Vejo a eleição que ora foi marcada como o prelúdio de uma militância ativa, participativa e exigente. Uma militância que é escutada, auscultada, estimada e atendida. Uma militância que não pode ser desconsiderada nas decisões públicas. Uma militância com voz.
Tenho escutado com bastante atenção o pronunciamento de variadíssimos militantes do partido e, confesso, serem geralmente de insatisfação e desapontamento. Neste sentido, penso que a base do partido tem a responsabilidade de provocar a mudança necessária. Aliás, são os militantes de base os únicos capazes e com responsabilidade de alterar o rumo e o caminho que o partido tem trilhado.
Por me rever e incorporar os sentimentos e estados de alma dos militantes de base, porque urge organizar o partido e despertar a sua base para os próximos embates eleitorais, porque as eleições servem para mudar, melhorar e aclarar posições e, para atender a um número considerável de militantes de base, me disponibilizo e anuncio através desta a minha candidatura à Coordenação Concelhia do MpD na Cidade da Praia.
Disponibilizo convicto de que a decisão será dos militantes de base. É por eles que me candidato. É por ser um deles que me candidato. Candidato-me não para apoiar de olhos vendados ou por conveniência tudo o que se faz. Candidato-me ciente de que é possível fazer diferente. Que é possível fazer melhor. Que é possível dar elevação e seriedade à política.
Ao escolher um novo rumo para o partido, os militantes estarão a optar pela figura do “militante peticionário”, através do qual, será possível sugerir decisões que afetam o partido, a Cidade da Praia e o país. Escolher um novo caminho é optar pela criação de “escolas” do MpD nos bairros, no qual permitirão debater e formar militantes, amigos e simpatizantes nas suas comunidades. Escolher por uma militância com voz significa criar meios de comunicação entre os dirigentes do partido e os militantes de base, sendo ambos emissores e recetores da mensagem. Assumir este projeto é escolher a inclusão e solidariedade entre os militantes, não entregando ninguém à sua sorte.
O partido precisa se renovar, para isso, nos próximos anos precisa ser mais atrativo e aberto à sociedade civil. Neste sentido (também) há várias propostas plenamente exequíveis que serão atempadamente apresentadas.
Antes de terminar, convém ressaltar que me candidato para incluir e dar voz a base do partido, apresentando unicamente ideias e projetos. Não será contra ninguém. Esta candidatura é para os militantes de base, não obstante de incluir todos a volta do que realmente importa: Cabo Verde.
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