UCID manifesta preocupação com implementação de reforma educativa “às pressas”
Política

UCID manifesta preocupação com implementação de reforma educativa “às pressas”

A UCID revelou hoje, no Mindelo, preocupação pela forma como tem sido implementada a reforma educativa “sem o necessário” planeamento estratégico e operacional e “sem a envolvência dos professores”, e “às pressas”.

Em conferência de imprensa hoje, em São Vicente, a deputada Zilda Oliveira, eleita nas listas da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID, oposição), disse estranhar o silêncio do Ministério da Educação quando, precisou, ainda sequer ouviu “qualquer pronunciamento” daquela estrutura governativa acerca da reforma.

A deputada questionou se este silêncio advém do facto de a matriz “várias vezes” solicitada no parlamento para que fosse enviada às escolas, para o “devido planeamento”, só ter ocorrido em Agosto, ou se será porque os programas das disciplinas técnicas-tecnológicas, que incluem as práticas oficinais, ainda não terem sido enviadas às escolas.

Ademais, segundo a mesma fonte, “sem programas não há manuais”, pelo que lembrou que estes são “um dos principais instrumentos” de trabalho dos alunos e um “guia importante” de prática docente, sem os quais põe-se em causa o sucesso do processo de ensino aprendizagem.

Ainda no âmbito da reforma, Zilda Oliveira denunciou que não foi aprovado um sistema de avaliação para o ensino técnico e que os espaços oficinais não são em dimensão e/ou em número suficiente para albergar os três níveis de ensino da via técnica.

Por tudo isto, a parlamentar questiona o Governo sobre a urgência em se introduzir reformas educativas “sem que todo o trabalho prévio necessário estivesse concluído”, ou seja, sintetizou, “sem programas, nem manuais, sistema de avaliação ou recursos”.

Zilda Oliveira apelou, por outro lado, a um “maior cuidado” para com a saúde mental dos jovens já que, enumerou, os transtornos emocionais como ansiedade, depressão, síndrome de pânico e transtornos de comportamento “começam a estar muito presentes” no dia a dia das escolas, com consequências no desempenho escolar “e outras mais graves como a automutilação e o suicídio”.

“Talvez seja necessário ponderar a possibilidade de afectar psicólogos clínicos às escolas, ou pelo menos por agrupamento”, concretizou a deputada da UCID, que apelou ainda aos pais e encarregados de educação para um “maior engajamento” na vida escolar dos seus educandos pois, finalizou, o sucesso escolar também depende da relação família-escola.

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