Presidente da UCID considera que 2025 vai ser um ano difícil para os cabo-verdianos
Política

Presidente da UCID considera que 2025 vai ser um ano difícil para os cabo-verdianos

O presidente da UCID disse hoje que 2025 será um ano difícil para os cabo-verdianos porque o Governo não incluiu medidas no Orçamento do Estado para que o sector privado pague um salário que melhore as condições das pessoas.

João Luís, presidente da UCID, que falava em conferência de imprensa, afirmou que logo no início deste ano os cabo-verdianos receberam notícias sobre o consumo e o pagamento dos custos de energia, dos combustíveis, além do aumento das taxas anunciadas pelo Banco de Cabo Verde e de impostos no Orçamento do Estado.

“O próprio BCV, que já anunciou a subida das taxas de juros, a nível global. Por um lado, como já ouvimos de um economista, mas também na análise que fizemos, terá vantagens no que diz respeito aos depósitos dos nossos emigrantes. Mas, por outro lado, isso irá criar alguns problemas no consumo”, explicou.

Além disso, conforme João Luís, neste ano de 2025, Cabo Verde terá um Orçamento do Estado à volta dos 98 milhões de contos e que continua com algumas situações que a UCID não concorda.

Das quais, indicou, a dívida pública que já se aproxima dos 300 milhões de contos.

“Praticamente um terço do Orçamento do Estado é para estar ao serviço da dívida pública”, criticou, realçando que “a dívida poderá vir a aumentar um pouco mais pelo que se antevê que as coisas não irão ser fáceis para os cabo-verdianos”.

Segundo João Luís, tanto em termos macroeconómicos como micro as condições das pessoas não serão melhoradas, tendo em conta que, apesar das chamadas de atenção, o Governo não tem trabalhado e criado condições para melhorar a produção interna, e o ambiente de negócios no País.

“O Governo, no âmbito do Orçamento do Estado de 2025, diz que o salário mínimo será 17 mil escudos, mas esquece que o sector privado emprega milhares de pessoas. E se o sector privado não tiver algum estímulo que lhe dê alguma folga para aumentar o salário dos seus funcionários ele não vai conseguir pagar isso”, argumentou.

O líder da UCID corroborou a maior parte das ideias defendidas pelo Presidente da República (PR), José Maria Neves, relativamente ao País na sua mensagem de Ano Novo, em que defendeu mais diálogo e cooperação entre os órgãos de soberania, o Estado e as autarquias locais, mais competitividade nacional, mais empregos, rendimentos para as famílias, mais segurança pública, melhor saúde e melhor educação.

No entanto, considerou que faltou ao PR mencionar a sua preocupação com a Justiça, porque “a Constituição da República tem vindo a ser enfraquecida, principalmente pelo Tribunal Constitucional, devido às decisões através dos acórdãos". 

Das quais, exemplificou, destacam-se “a questão do funcionamento da Assembleia Nacional através da Comissão Permanente e a prisão do deputado Amadeu Oliveira”.

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