Política

Aquiles Barbosa fez esta consideração em conferência de imprensa, explicando que apesar das crises, os eleitos municipais do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) entendem que os munícipes da Praia e os cabo-verdianos, em geral, merecem consideração e protecção do Estado.

“A Praia necessita de atenção especial do Governo, através da implementação de políticas públicas e não medidas paliativas e de curto prazo”, disse.

Conforme avançou, a situação por que passam os praienses é “muito preocupante” e poderá “desembocar na desnutrição” com consequências graves a nível de saúde pública, abandono escolar, desestruturação das famílias e aumento de pequena criminalidade na capital.

“Não há como negar que o momento é deveras difícil e exige solidariedade e sacrifícios de todos, porém, entendemos que o exemplo deve vir do Governo, porque pedir àqueles que não têm o mínimo para o sustento, é tentar tirar sangue onde não há veias”, sublinhou.

O PAICV defende que são “inúmeras” as famílias, na cidade da Praia, que, para além do acesso à água, à electricidade, ao saneamento básico e à habitação, “não conseguem fazer as três refeições básicas do dia”.

“A essas situações o Governo deve, necessariamente, responder com medidas de políticas concertadas e assertivas, por forma a minimizar o sofrimento dos munícipes e garantir-lhes igual dignidade social”, frisou.

No entanto, reconheceu alguma atenção e esforço do executivo, acrescentando que ultrapassar a crise é preocupação, mas, continuou, é preciso fazer mais, para que se possa garantir o pão de cada dia.

Por fim, apelou ao Governo uma concertação estratégica, uma leitura mais aprofundada da real situação e acções directas, para acudir os praienses.