O primeiro-ministro anunciou hoje que o Banco Mundial (BM) vai assinar com Cabo Verde um acordo de ajuda orçamental no valor de 40 milhões de dólares, como reconhecimento do esforço do Governo para melhorar a economia.
Ulisses Correia e Silva fez o anúncio deste acordo, a ser firmado no dia 06 de Junho, no debate parlamentar sobre o crescimento da economia nacional, agendado a pedido do grupo parlamentar do Movimento para a Democracia (MpD), que suporta o Governo.
Segundo o chefe do Governo, tal acordo é o “reconhecimento” do BM do esforço do executivo cabo-verdiano em ordem a melhorar a economia nacional.
Fazendo uma radiografia da economia nacional, o chefe do Governo disse que a mesma está a passar por um “bom momento”, o que, segundo ele, é reconhecido não só pelos cabo-verdianos, assim como pelos “parceiros de desenvolvimento e pelas instituições financeiras internacionais”.
O bom momento, prossegue Correia e Silva, é “fruto das políticas e das reformas que inverteram a tendência da estagnação económica e do sobre-endividamento do país e da deterioração da situação das empresas”.
“A economia está a crescer em ambiente de aumento de confiança, de reforço da estabilidade económica e com aumento de rendimento das famílias, num contexto de dois anos de seca e maus anos agrícolas”, precisou o chefe do Governo, para quem o indicador de confiança no primeiro trimestre de 2019 registou o “valor mais alto nos quatro anos”.
Na perspectiva do primeiro-ministro, o crescimento económico “está a beneficiar as pessoas” e há “mais dinheiro a circular na economia”.
“O crescimento económico está ao serviço do desenvolvimento local e regional”, concluiu Correia e Silva.
Contrariando o discurso do primeiro-ministro, a líder da oposição afirmou que os cabo-verdianos “não sentem os impactos do crescimento da economia na sua vida real”.
O crescimento económico, lembrou Janira Hopffer Almada, “quando é real e resulta da dinâmica económica, não precisa ser anunciado, nem publicitado e muito menos propagandeado porque é sentido no dia-a-dia na vida das pessoas”.
No dizer da líder da oposição, hoje a vida dos cabo-verdianos não pode estar melhorar quando, em dois anos, “foram destruídos 15 mil empregos e 57% das pessoas pensam em emigrar”.
No domínio da saúde, criticou o facto de as pessoas estarem a pagar “exames de 30.000$00 e esperam mais de seis meses por uma evacuação”.
Por sua vez, o líder da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID-oposição) reconheceu que de 2016 a esta parte o país registou um “crescimento económico”, mas que este “está muito aquém daquilo que os cidadãos esperam porque querem ter o desenvolvimento e não o crescimento”.
Para o deputado eleito nas listas dos democratas cristãos, se for analisado aquilo que vai pelo país fora, se chega à conclusão que se está “muito longe” do desenvolvimento que o arquipélago precisa.
Segundo ele, para se aferir das suas declarações, basta uma deslocação a algumas localidades como Mato Gegé (interior de Santiago), a Jamaica (bairro de assentamento informal da Cidade da Praia), a Fonte Francês, em S. Vicente, ou a Alto S. João, na ilha do Sal.
O grupo parlamentar do MpD, em discurso sintonizado com o do Governo, entende que as medidas e as reformas em curso “convergem para robustecer o crescimento económico, criar mais emprego, aumentar o rendimento das famílias e reduzir as vulnerabilidades externas do país”.
“A economia está a crescer cerca de cinco vezes mais do que no período 2012/2015”, acentuou a bancada do MpD, apontando que o emprego nas empresas “aumentou 23,5%”.
“A dívida pública face ao PIB (Produto Interno Bruto), que crescia a uma média anual de 10,8% (por cento), passa para um decréscimo médio de 3,4%”, asseverou o GP do MpD.
Com Inforpress
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