O presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) considerou hoje que Tribunal de Contas deve utilizar mecanismos próprios, enquanto entidade independente e autónoma, para auditar as contas das obras do Mercado de Coco.
Rui Semedo, que avançou que as obras registaram uma “derrapagem de 300%”, falava em conferencia de imprensa, na Cidade da Praia, sobre “a grave situação dos transportes no País”, após ser questionado sobre a polémica a volta do Mercado do Coco.
Em outra ocasião, o presidente da Câmara Municipal da Praia, Francisco Carvalho, à Inforpress, disse que a infra-estrutura é para ser sempre lembrado como o “maior desastre da gestão anterior”, e que “registou uma derrapagem de 300%”, tendo revelado que as últimas fases do referido mercado “nem sequer obtiveram o visto do Tribunal de Contas”.
“Há de facto esta situação grave em torno da construção do Mercado de Coco, é uma situação muito grave e de facto há uma derrapagem enorme e conhecida por todos, eu acho que a melhor saída seria que o Tribunal de Contas não se escudar apenas em questões processuais para verificar o que estará a acontecer”, opinou o presidente do PAICV, Rui Semedo.
Esta situação é “tão grave”, conforme ajuntou o presidente do PAICV, que a seu ver deve ultrapassar as “barreiras processuais”, de modo a elucidar “de uma vez por todas” a Nação.
“Aos cabo-verdianos não interessa a questão processual, interessa que os seus recursos sejam bem geridos e que as entidades competentes esclareçam de forma clara o que estará a acontecer com a utilização dos recursos públicos que afinal são de todos nós”, ressalvou.
Por isso, enfatizou, o Tribunal de Contas tem mecanismos próprios e deverá utilizá-los para fazer a auditoria, pois por ser independente e autónoma tem a competência para averiguar “todas as situações” relacionadas a gestão dos recursos públicos.
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