O PAICV criticou o Orçamento do Estado (OE) para o ano económico de 2020, considerando ser baseado em “campanha e promessas”. A consideração foi feita hoje pelo líder da bancada parlamentar tambarina, Rui Semedo, durante a primeira intervenção no debate sobre o OE'2020.
Semedo começou por dizer que este é o orçamento da despedida de um Governo “que prometeu muito e fez pouco”, confiante que as promessas convertidas em compromissos eram “suficientes para uma governação bem-sucedida”.
Por isso, apontou que numa análise atenta, OE proposto para 2020 mostra que o Executivo continua em campanha e “as promessas, refogadas”, dos anos anteriores, “continuam a ser vendidas” como novas e frescas, envoltas em outras embalagens para confundir e ludibriar os cabo-verdianos.
“O Governo tem uma oportunidade ímpar de pedir desculpas ao país e dizer que errou nas contas, avaliou mal as responsabilidades e os desafios de governação deste país e que não conseguiu dar a tal felicidade, abundantemente, prometida na campanha eleitoral”, referiu.
O líder do maior partido da oposição indicou que a promessa do aumento anual de vencimentos para repor o poder de compra das pessoas não aconteceu e o “Governo tem que demonstrar estar disposto a corrigir o erro”.
Assim, sustentou, garantir, pelo menos uma única vez, um aumento de salário para todos e não ficar pelo único ajustamento de 2,2% no orçamento anterior que cobriu, apenas, uma parte reduzida do pessoal da Administração Pública, que comporta um total de cerca de vinte mil servidores do Estado.
Uma outra promessa que o deputado indicou está relacionada com compromisso “firme de criar, anualmente, nove mil empregos ou postos de trabalho decentes”.
Segundo atestou Rui Semedo, há necessidade de falar a verdade para o país inteiro e se redimir de mais este compromisso, pois, sustentou, o povo cabo-verdiano quer conhecer as causas e ouvir as explicações pelo não cumprimento desta promessa.
“É que se o Governo não falar agora perderá todas as oportunidades de esclarecer este mistério à população”, ajuntou.
Ressaltou que a avaliação do Governo é negativa, porque “traiu a confiança do povo, beliscou a esperança das pessoas e pôs em causa a credibilidade das promessas desta maioria, sem palavra”.
Líder da bancada parlamentar do PAICV, o partido tem sido “uma boa âncora” de desculpas para o insucesso desta maioria, numa “autêntica fuga à responsabilidade” e refugiando-se nas críticas à governação anterior.
Com Inforpress
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