Com a demissão de Paulo Veiga, Celso Ribeiro e Euclides Silva da direção do grupo parlamentar do MpD (não acompanharam a demissão Isa Miranda e Maria Trigueiros), fica exposta a crise profunda que se vive no partido do governo e levanta-se o pano sobre as movimentações para a sucessão de Ulisses Correia e Silva, caso nas eleições autárquicas de 01 de dezembro se venha a confirmar um desaire eleitoral.
No caso em apreço, fala-se que o grupo demissionário terá negociado com alguns deputados a apresentação de Celso Ribeiro como novo líder parlamentar ventoinha e de Paulo Veiga como próximo primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional, um cargo que, recentemente, foi recusado por Orlando Dias.
“Acordos subterrâneos”
No entanto, no que respeita à nova liderança do grupo parlamentar, a situação não é pacífica e estará longe de recolher o apoio de uma maioria expressiva. Aliás, o mesmo Orlando Dias, num post publicado hoje na sua página da rede social Facebook, já avisou que “nenhum dos três membros demissionários da direção tem condições para liderar o Grupo Parlamentar, independentemente dos arranjos e acordos subterrâneos que não vieram a público”.
Em setores do MpD, há a convicção de que estas demissões e os “acordos subterrâneos” que lhes estiveram na origem, decorrem da estratégia dos “veiguistas” para apresentar Paulo Veiga como sucessor de Ulisses na liderança do partido, numa possível resignação do ainda líder confrontado com um resultado eleitoral negativo.
Nesse sentido, o cargo de primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional, pela sua visibilidade e prestígio, viria a calhar para as pretensões de Paulo Veiga.
Pretensões, contudo, que não se apresentam fáceis de concretizar, já que Olavo Correia também pretenderá apresentar-se à sucessão e, a todo gás, está a utilizar a máquina do Ministério das Finanças para aumentar a sua visibilidade e arrecadar capital político.
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