Política

A "pequena demonstração de carnaval", tinha sido anunciada pela vereadora de Cultura da CMP, Chissana Magalhães, garantindo que o evento “tem a componente de exibição de objectos, trajes, artefactos relativos ao Carnaval, também tem uma componente audiovisual de exibição de vídeos, tem exposição de fotografias do fotógrafo Eneias Rodrigues", além de "uma outra exposição de fotografias antigas da década de 60, que mostram essa memória do Carnaval de antigamente". Tudo, "para um público muito limitado de espectadores".

Só que nesta segunda-feira, 8, o ministro da Cultura publicou um post na sua conta pessoal no facebook, onde não só contestou esse evento como satiricamente o apelidou de "uma provocação da CMP". Isto porque, escreveu Abraão Vicente, se trata de uma actividade ilegal. “Acabo de tomar conhecimento que a Camara Municipal da Praia irá realizar no dia 16 uma 'pequena demonstração' de Carnaval no Parque 5 de Julho. Só pode ser uma provocação”. "O “espirito da lei é claro: estão proibidos qualquer tipo de acções organizadas com vista a celebrar o carnaval no dia 16 de Fevereiro 2021”, reforçou então o ministro da Cultura, apelando “ao sentido de responsabilidade da autarquia praiense”.

A posição manifestada por Vicente, segundo soube Santiago Magazine, terá inclusive forçado a CMP a repensar o seu plano a ponto de recuar na realização dessa actividade, mas as coisas mudam totalmente de figura agora com a intervenção do ministro da Administração Interna a contradizer e a desaiutorizar o seu próprio colega de governo, dando razão e luz verde ao município praiense.

Segundo Paulo Rocha a demonstração de Carnaval, anunciada pela Câmara Municipal da Praia, está dentro de aquilo que diz a lei. Em declarações aos jornalistas, à margem do acto de inauguração da Direcção Central de Investigação Criminal da Policia Nacional, o governante sublinhou, aliás, que a actividade planeada pela Câmara Municipal da Praia "é perfeitamente aceitável, desde que haja um efectivo controlo".

"As informações que nós dispomos é que não se fará um desfile, que se fará uma exibição, um espectáculo controlado. Ouvi bem as declarações da senhora Vereadora no sentido de que as pessoas serão em reduzido número e que haverá um controlo efectivo de acessos. Os lugares deverão ser sentados obrigatoriamente e o que diz a lei, é que no plano do espectáculo isso é perfeitamente aceitável, desde que haja um efectivo controlo para que não haja movimentação interna, para que as pessoas usem máscara e cumpram com os procedimentos”, disse Paulo Rocha, no que pode ser visto como um puxão de orelhas ao ministro da Cultura, que sai desautorizado nesta matéria, e uma legitimação ao programa da CMP para o Carnaval.