Política

Fidel Cardoso falava em conferência de imprensa hoje para avaliação/balanço do estado da nação em matéria de juventude, que, na sua óptica, é de “desespero, desalento, desânimo e de muita desesperança”.

“Esses são os sentimentos dos jovens cabo-verdianos, diante dos sete anos de governação de Ulisses Correia e Silva e do MpD”, asseverou, afirmando que em matéria da juventude o estado da nação é “francamente mau”.

Para a JPAI, é “particularmente grave” que cerca de 52 mil jovens cabo-verdianos, entre os 15 e 35 anos estejam tanto sem emprego, como fora do sistema de ensino ou formação. Por outro lado, considera ser crítico que a taxa de desemprego nos jovens de 15-24 anos seja de 27,3 por cento (%) enquanto a faixa etária de 25-34 anos é de 13,8 %.

“É inquestionável e evidente que Ulisses Correia e Silva e o seu governo falharam redondamente na sua política de emprego, defraudando as expectativas dos cabo-verdianos, principalmente dos jovens, consequência do grande retrocesso nos distintos sectores da governação do país”, argumentou.

Outra questão que preocupa a juventude do maior partido da oposição tem que ver com a fuga massiva de cérebros do país em busca de melhores oportunidades e de condições de vida, que, segundo Fidel Cardoso, o Governo não tem conseguido proporcionar.

Citando o Instituto Nacional de Estatística (INE), sublinhou que Cabo Verde perdeu nos últimos anos mais de 17 mil jovens, facto que para a JPAI trata-se de um fenómeno “muito sério e preocupante” que pode colocar em causa o futuro do país.

“Não existe país algum no mundo que consegue desenvolver-se sem a sua população activa, e particularmente sem a sua juventude”, alertou a mesma fonte, para quem os jovens e não só, estão tão desesperados com a falta de oportunidades reais em Cabo Verde que não olham os meios para saírem do país.

Por isso, lamentou a situação acusando o governo do Movimento para a Democracia (MpD-poder) de estar completamente “ocioso e esgotado”.

Porque, explicou, assiste-se no momento um país “sem esperança” e com pobreza extrema a aumentar de 10 para 13, 1%, afectando sobretudo os jovens, e um país que cresce com base nos gastos públicos e nos impactos cujo propalado crescimento tem “destruído” os postos de trabalho.

Isto porque, lembrou, cerca de 32 mil cabo-verdianos, sendo a grande maioria jovens, perderam o seu emprego de 2016 a esta parte.

Por tudo isto, a JPAI afirmou que se está perante um país em que a gestão danosa e a depilação dos recursos públicos por parte do Governo do MpD se “alastram dramaticamente” em todos os sectores da governação, quando poderiam ser bem empregues na reposição do poder de compra dos cabo-verdianos, em especial os jovens, que auferem os menores rendimentos no país.