Câmara Municipal de Santa Cruz reúne quadros para balanço do primeiro ano de mandato
Política

Câmara Municipal de Santa Cruz reúne quadros para balanço do primeiro ano de mandato

Carlos Alberto Silva quer com este encontro partilhar com os quadros do concelho os desafios, os ganhos e os projectos de desenvolvimento, para colher subsídios para a promoção conjunta do bem-estar económico, social e cultural de Santa Cruz.

O evento acontece este sábado, 23 de Setembro, e é a materialização daquilo que desde a tomada de posse o autarca santa-cruzense havia prometido, ou seja, “trabalhar com base no diálogo, na partilha e na troca de experiências, opiniões e saberes”, ciente de que o desenvolvimento de Santa Cruz demanda a participação de todos os seus filhos.

Assim, Carlos Silva chamou os quadros de Santa Cruz, de diferentes gerações, e que vivem fora do concelho, para uma conversa aberta, interactiva, vinculando vários assuntos relacionados com o processo de desenvolvimento do concelho.

Neste contexto, temas como as potencialidades agrícolas, a pecuária, as pescas, mas também o comercio, o turismo vão estar em cima da mesa.

Santa Cruz é um dos concelhos mais ricos de Cabo Verde. A natureza reservou-lhe um conjunto de potencialidades que, no contexto nacional, podem ser consideradas únicas.

Com efeito, nenhuma outra região em Cabo Verde conseguiu, de forma natural, ter grandes vales agrícolas – as maiores do país - extensas costas marinhas, uma cidade com elevado potencial para o desenvolvimento urbano e para o turismo como Santa Cruz.

Estas potencialidades não têm passado despercebidas das autoridades públicas, desde a época colonial.

Na verdade, Santa Cruz é o primeiro concelho de Cabo Verde a ter uma empresa agrícola voltada para a exportação – a SACOFIL – empresa essa cujo promotor esteve na vanguarda da criação do município, em 1972, tendo em conta as relações privilegiadas que mantinha com os governantes de então.   A empresa SACOFIL, nos seus melhores momentos, chegou a garantir 500 postos de trabalho fixos.

Logo a seguir à independência nacional, o Governo criou, corria o ano de 1986, a primeira unidade agro-industrial no mesmo espaço onde antes era a SOCOFIL- a empresa agro-industrial Justino Lopes. Esta empresa garantia 200 postos de trabalho fixos.

Mas a aposta na agricultura não ficaria por aqui. Santa Cruz é o único concelho de Cabo Verde a contar já com duas barragens – Poilão e Figueira Gorda – e poderá vir a ter uma terceira barragem, caso o projecto de construção da barragem de Ribeira dos Picos não venha a morrer afogado em burocracias ou jogos de influência nos gabinetes ministeriais do poder central.

O concelho poderá vir a alavancar a sua vocação no campo da transformação dos produtos agrícolas e do agro-negócio. O Governo de Cabo Verde pretende criar uma escola com esta vocação em Santa Cruz. Havendo vontade política, as coisas acontecem porque Santa Cruz possui todas as condições para o efeito.

Paralelamente a agricultura, o concelho desenvolvia uma intensa relação comercial com a ilha do Maio, com ligações marítimas diárias. Esta relação está em vias de ser retomada, tendo já assinado um acordo com o município do Maio neste sentido.

A pesca continua na sua versão tradicional,como aliás acontece um pouco por todas as ilhas de Sotavento. 

Hoje o planeamento urbano da cidade de Pedra Badejo é uma realidade. Neste domínio, aglomerados populacionais como Achada Fazenda, Achada Igreja, Cancelo e Achada Laje demandam por novas apostas e uma nova visão, tendo o desenvolvimento do turismo como pano de fundo.

Santa Cruz sonha. E sonha bem, para que a obra aconteça. Todavia, a realidade demanda por acções concretas e assertivas.

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