Israel continua a violar cessar-fogo na Faixa de Gaza
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Israel continua a violar cessar-fogo na Faixa de Gaza

Era algo de que já se suspeitava, o regime de Tel Aviv nunca esteve interessado em acabar com o genocídio, queria apenas ganhar tempo. E o ministro israelita da Segurança Nacional abriu o jogo ao pedir “abertura das portas do inferno” no enclave. Itamar Ben-Gvir diz que, após o regresso dos reféns mantidos pelo Hamas, Israel deve “retornar à guerra”. Entretanto, 45 palestinianos morreram já em ataques aéreos.

Com o regresso dos reféns israelitas mantidos pelo grupo palestiniano Hamas, Tel Aviv deve “voltar à guerra” na Faixa de Gaza e abrir as “portas do inferno”, disse este domingo, 19, o ministro israelita da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir.

“Agora, temos a oportunidade, especialmente hoje, de parar tudo e dizer ‘por um momento, os cativos retornaram, graças a Deus, irmãos’. Essa foi a principal razão pela qual não continuamos a guerra, e agora temos que voltar à luta, temos que voltar à guerra, temos que abrir as portas do inferno sobre eles”, disse Ben-Gvir em entrevista ao Channel 14, um canal de televisão comercial e site de notícias israelita de extrema-direita.

Dirigindo-se diretamente ao primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, o ministro da Segurança Nacional instigou-o a retomar as operações militares em Gaza. “Peço ao primeiro-ministro que ordene ao exército israelita para retomar os combates em larga escala na Faixa de Gaza com força total”, disse Itamar Ben-Gvir em comunicado citado pelo The Times of Israel, pedindo que o Hamas seja “completamente destruído o mais rápido possível”.

Netanyahu ordena “ações fortes” a sul da Faixa de Gaz

No mesmo dia em que o ministro da Segurança Nacional proferiu estas declarações, as Forças de Defesa de Israel realizaram ataques aéreos no sul da Faixa de Gaza, depois de Netanyahu ter ordenado “ações fortes” contra várias instalações na cidade de Rafah. 

Segundo a propaganda israelita, os ataques aéreos foram uma resposta a um atentado realizado anteriormente por membros armados do Hamas. No entanto, ninguém apresentou provas deste suposto ataque e observadores independentes consideram tratar-se de uma invenção de Tel Aviv para justificar a violação do cessar-fogo. 

Já as autoridades da Faixa de Gaza têm outra versão, e relataram que as forças israelenses violaram o cessar-fogo 47 vezes, resultando em 45 mortos e 143 feridos.

Recordamos que o cessar-fogo entre Israel e o Hamas entrou em vigor a 10 de outubro, sendo que a 13, o grupo palestiniano libertou os reféns israelitas e, em troca, Israel libertou prisioneiros palestinianos. 

No entanto, logo de seguida Israel limitou a metade a entrada do número de camiões com ajuda humanitária e adiou a reabertura do posto fronteiriço de Rafah, com o argumento de que o Hamas atrasou a entrega dos corpos de reféns mortos (muitos deles ainda debaixo dos escombros) durante os próprios bombardeamentos de Israel à Faixa de Gaza, desde o início do conflito, dois anos atrás. 

C/Opera Mundi
Foto: Captura de imagem/Facebook

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