Algumas questões foram levantadas ao candidato Carlos Veiga por este e outros jornais, mas este, eventualmente instruído pelos estrategos brasileiros, acostumados a fazer a campanha de Jair Bolsonaro, ficou no mais absoluto silêncio.
Quando as perguntas o embaraçam, Carlos Veiga faz fuga em frente e resolve provocar novos ruídos. Longe vai o tempo em que era “autoritário e grosseiro”, como o apelidou Eurico Monteiro, ou “manhoso e mentiroso”, como a ele se referia o Presidente António Mascarenhas Monteiro. Agora, em versão Kalú, há questões em que, com o rabo entre as pernas, Carlos Veiga delas foge como o diabo da cruz.
Uma das questões tem a ver com a profanação dos templos religiosos e a fabricação de culpa nos inocentes do Grupo de São Domingos. Outra tem a ver com a versão enganosa com que terá convencido o então bispo D. Paulino Évora de que o crime era perpetrado pelos opositores, quando era obra de “mercenários do MPD”, na altura liderada por Carlos Veiga.
Questão que não vai morrer solteira tem a ver com a liberalização do cimento a favor do tio Carlos Albertino e a privatização da ENACOL, com o desaparecimento “veigarista” de 2 milhões de dólares.
Absolutamente “sen djobi pa ladu” em termos de resposta será a maquinação de tornar César de Paço cônsul de Cabo Verde na Flórida, homem que, além de financiar a extrema direita nos EUA e em Portugal, consta que patrocina a campanha de Veiga ao Palácio do Plateau e presenteou Luís Filipe Tavares, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, com um Mercedes do ano, com o expediente desse ato de corrupção, tratado pelo Gabinete Carlos Veiga Advogados e Associados. Quem acertou a entrega do carro, diretamente com Carlos Veiga foi o advogado José Lourenço, então dirigente distrital do Chega no Porto e responsável pela Fundação César de Paço.
Já é de domínio público de que Carlos Veiga, por detrás do Kalú, não quer dar a cara e muito menos responder a certas questões e muito menos explicar a troca de correspondência com gente ligada à extrema-direita.
Carlos Veiga surfa sobre o lixo que criou, de onde eventualmente lhe vem o dinheiro e de onde pode comprar estas eleições. Por isso, o Debate da RTC, todo ele bem-urdido e mancomunado, não aceitou perguntas diretas ou réplicas, para que não haja nenhuma fogueira que o Kalú possa saltar.
Um embaraço.
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