Entrelinhas

Tenho para mim que se trata já de um caso patológico. Corpo Rixu, que havia prometido grandes reflexões sobre a Praia, afinal não tem mais a oferecer que puro exercício de egocentrismo, de autoelogio e de fútil vaidade (assim mesmo, tudo muito adjetivado).

Confesso, ó gentes, que o Delegado do Governo me provoca uma desagradável sensação de vergonha alheia e que, para mim, é cada vez mais uma prática de masoquismo ver as excitações da criatura. Mas são ossos do ofício… os sacrifícios que fazemos para ganhar o pão de cada dia.

Corpo Rixu, também conhecido por Abraão Vicente, só fala dele próprio, é o narcisismo como projeto político, a vaidade como pose e o ridículo como atitude.

O homem é de tudo um pouco, sociólogo, pintor, escritor, fotógrafo, naturalmente com exposições internacionais, porque a megalomania também é um dos seus traços de personalidade. Foi apresentador, jornalista, deputado, bi-ministro e, eventualmente, um génio de renome internacional.

O problema é que o génio, o insigne jornalista e o renomado escritor estatelam-se logo no último parágrafo: “Sei que o próximo desafio exigira muito de mim e é isso que motiva-me!”

“exigira de mim”?! “é isso que motiva-me!”?!

Mas, para além do autoelogio gelatinoso e do fraco domínio da língua, o Comissário do Governo é um mestre na ocultação. Diz ter orgulho de ter nascido em Santiago… mas, ó criatura, qual Santiago? Em Santa Cruz?!

Qual o seu problema em manifestar orgulho por ser de Santa Catarina, uma terra de gente de trabalho, corajosa e íntegra?

É Corpo Rixu no seu melhor… isto é, cada vez pior! É o mundo paralelo girando à volta do seu umbigo.