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Economia: Previsões do governo e do FMI não batem certo
Entrelinhas

Economia: Previsões do governo e do FMI não batem certo

Embora a previsão de crescimento indicada pelo FMI seja superior à prevista para o grupo de países africanos de rendimento médio (no qual se inclui Cabo Verde), seja de 3,9% - o que colocaria o nosso país na posição cimeira deste grupo -, a verdade é que as visões oficiais hiperoptimistas, sempre apresentadas pelo governo, principalmente num quadro de próximas eleições, parece levantar suspeitas acrescidas. A verdade é que a reiterada narrativa do crescimento da economia não se faz sentir nos bolsos da esmagadora maioria dos cabo-verdianos que, pelo contrário, convivem diariamente com a crescente carestia de vida.

As previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI), no que respeita ao crescimento da economia, são mais baixas que as do governo.

As diferenças de previsões suscitam algumas razões para se suspeitar que os dados oficiais, que têm por base as antevisões FMI, possam estar de algum modo inquinados, como aliás acontece no que respeita aos indicadores do desemprego e da pobreza.

Aquando da apresentação do Orçamento do Estado (OE), o governo avaliou um crescimento da economia entre os 4,8 e os 5,3 porcento (%), mas o FMI indica os 4,7%, uma diferença significativa.

Embora a previsão de crescimento indicada pelo FMI seja superior à prevista para o grupo de países africanos de rendimento médio (no qual se inclui Cabo Verde), seja de 3,9% - o que colocaria o nosso país na posição cimeira deste grupo -, a verdade é que as visões oficiais hiperoptimistas, sempre apresentadas pelo governo, principalmente num quadro de próximas eleições, parece levantar suspeitas acrescidas.

A verdade é que a reiterada narrativa do crescimento da economia não se faz sentir nos bolsos da esmagadora maioria dos cabo-verdianos que, pelo contrário, convivem diariamente com a crescente carestia de vida.

As previsões do FMI, dadas a conhecer na última terça-feira, 22, em suporte às reuniões anuais organizadas pelo FMI e pelo Banco Mundial (BM), que tiveram lugar em Washington na passada semana, e onde participou o ministro das Finanças, Olavo Correia, traçaram ainda um cenário desanimador para a economia mundial, com exceção dos países asiáticos emergentes.

Olavo no país das maravilhas

No seu perfil da rede social Facebook, Olavo Correia, que é também vice-primeiro-ministro, não se poupa em afirmações de glória. Que Cabo Verde vai estabelecer “novas parcerias estratégicas”; que apresentou “as áreas prioritárias para investimentos no nosso arquipélago, que constam do novo Plano Estratégico Nacional” (vá-se lá saber o que isso seja).

Nada de novo, ou não fossem as declarações altiloquentes de Olavo a estrutura medular do seu ADN político!

O que isso se traduz na vida concreta das pessoas reais? Em nada, absolutamente nada, como aliás já nos habituaram nos últimos oito anos.

Como na história de Alice, Olavo quer nos fazer crer que estamos no país das maravilhas.

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