Trinta e dois agentes de luta anti-vectorial acompanhados de sete supervisores encontram-se no terreno para campanha de sensibilização e pulverização ambiental no combate a propagação da dengue, com alta taxa de incidência nos bairros da cidade da Praia.
À imprensa, o presidente do Serviço Nacional de Protecção Civil e Bombeiros, Domingos Tavares, avançou que durante o período da manhã os agentes iniciaram os trabalhos na zona de São Filipe e à tarde direcionam os esforços para as localidades de Achadinha, Fazenda e Várzea.
A campanha desenvolvida pelo Ministério da Saúde em parceria com o Serviço Nacional da Protecção Civil de âmbito nacional tem como propósito, explicou, diminuir a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, ao longo desses 20 dias.
Na primeira fase, devido ao aumento de casos, foram cobertas as zonas de Ponta d’Água, Palmarejo, Fonton e Platô.
Segundo Domingos Tavares, o estoque de pesticidas fornecido pelos parceiros é suficiente para ser usado até o final da campanha, acreditando que não haverá interrupções neste sentido.
A coordenadora nacional das Acções de Respostas e Combate à Dengue, Maria da Luz, disse, por seu lado, que desde o início da acção de pulverização extra domiciliar fez-se um estudo na zona de Ponta d’Água e com resultado observaram que nas primeiras 24 horas cerca de 30% dos mosquitos externos tinham sido combatidos.
Sublinhou que pela eficácia do pesticida em mosquitos adultos resolveu-se intensificar as acções em todo o concelho, norte e sul da Praia, acompanhada de acções de “informação educação e comunicação” com envolvimento da equipa de comunicação de risco e comunitário.
“Estamos simultaneamente a fazer estas duas acções e esperamos que tenham um grande impacto que é a redução de casos de dengue na Cidade da Praia e sobretudo conseguirmos controlar essa epidemia a nível nacional”, perspectivou, avançando que após a campanha será realizada um balanço para verificar o resultado da acção.
Segundo a coordenadora, o produto é recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e não oferece risco à saúde das pessoas, além de combater os mosquitos adultos, daí o reforço das acções com comunicação de risco e sensibilização porta-a-porta.
O país registou na terça-feira, 22.569 casos suspeitos de dengue, 317 casos confirmados e nove casos hospitalizados, sem ocorrência de casos graves da doença, segundo o boletim diário epidemiológico.
Os maiores registos da doença concentram-se na Cidade da Praia, com 267 casos suspeitos, 203 confirmados e nove casos hospitalizados do vírus, Mosteiros, Fogo, com 46 casos suspeitos e 22 confirmados, seguido de Ribeira Grande de Santiago com 50 casos suspeitos e 20 confirmados, Santa Cruz com 18 confirmados e São Miguel 17.
Até o momento, contabiliza 15.256 casos notificados, entre eles 9.871 confirmados e dois óbitos acumulados, ocorridos no dia 19 de Setembro, sendo um no concelho da Praia e um nos Mosteiros, ilha do Fogo.
O Ministério da Saúde apela ao engajamento de todos, desde os níveis individual, comunitário e institucional,com ações direcionadas ao combate ao mosquito e à diminuição de exposição a picadas para a prevenção da disseminação da doença nas comunidades.
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