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Confirma-se a urdidura! Ulisses e Olavo devem esclarecimentos ao país
Editorial

Confirma-se a urdidura! Ulisses e Olavo devem esclarecimentos ao país

...decorrente dos silêncios de Ulisses e Olavo, a horda psicótica tem vindo a crescer nas redes sociais, através de mensagens de ódio tendo como alvo o presidente da República, mas, também (e principalmente), a cidadã Débora Katisa Carvalho, companheira de José Maria Neves e primeira-dama de Cabo Verde, que vem sendo fustigada com ataques misóginos. Tudo isto é deplorável, num país que gosta de alardear o seu alinhamento com os valores cristãos.

Entre o fogo cruzado de argumentos e narrativas, é por demais evidente que o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, e o ministro das Finanças, Olavo Correia, devem esclarecimentos ao país.

Desde logo, devem esclarecer se tiveram conhecimento prévio (como tudo indica) da intenção de pagamento de salários à primeira-dama, Débora Katisa Carvalho, e, por arrasto, qual a natureza da concertação e entendimentos entre a presidência da República e o governo nesse sentido.

Ao que tudo indica – e estamos em condições de o garantir! -, todas as informações a este propósito foram prestadas ao primeiro-ministro pelo próprio presidente da República, e os pormenores inerentes à orçamentação foram concertados com o ministério das Finanças, sendo do conhecimento do ministro.

Deslealdade institucional

Ora, a haver conhecimento prévio do primeiro-ministro e do ministro das Finanças, que na ocasião não manifestaram qualquer objeção, pelo contrário (ao que sabemos), e até teriam garantido uma alteração legislativa para atualizar o estatuto da primeira-dama, dando-lhe base legal, que ilações poderemos concluir desta atitude?

Logo à partida, trata-se, no mínimo, de um caso da mais absoluta deslealdade! Ulisses e Olavo sabiam de tudo, nada fizeram para obstar ao pagamento dos salários e, dois anos depois, quando a informação vazou nas redes sociais, remeteram-se ao silêncio.

Não temos dúvidas de estarmos perante um caso evidente de uma estratégia para fragilizar o presidente da República, a dois anos das eleições presidenciais, tentando inquinar a possibilidade de uma recandidatura de José Maria Neves, ou mesmo obriga-lo a resignar, caso o “escândalo” adquirisse contornos que pusessem em causa a boa imagem internacional de Cabo Verde e a credibilidade interna da presidência da República.

Tentativa de golpe institucional

Conforme tivemos ocasião de referir em nosso anterior editorial, a verdade é que estamos perante uma tentativa de golpe institucional, decorrente das ambições políticas e pessoais de Ulisses, nomeadamente, a intenção em candidatar-se à presidência da República em 2026.

Numa primeira fase, Ulisses e a direção do MPD trataram de sabotar a candidatura presidencial do seu próprio candidato, Carlos Veiga, o que fizeram com êxito; numa segunda fase, havia que inquinar o mandato do atual presidente, obrigando-o a resignar ou, no limite, esvaziando as condições políticas para uma recandidatura.

Ulisses continua em silêncio, Olavo, pelo contrário, permite-se propagar bitaites nas redes sociais, colocando-se como um suposto defensor da legalidade, mas nada dizendo sobre a sua participação no processo. É o silêncio de quem foi apanhado em falta!

Presidência apanhada em falso

É evidente que a presidência da República tem grandes responsabilidades neste caso, deixando-se arrastar por excesso de confiança e – por qual razão não o dizer? – confrangedora ingenuidade, ao não detetar a urdidura e sendo apanhada em falso numa ilegalidade.

No entanto, em abono da verdade – e ao contrário do que se procura fazer passar -, foi José Maria Neves o primeiro presidente da República a determinar que a presidência estivesse alinhada com o SIGOF (Sistema Integrado de Gestão Orçamental e Financeira), garantindo transparência e o escrutínio público dos atos de gestão daquele órgão. Não era obrigado a fazê-lo!

Ademais, mesmo num contexto de autonomia administrativa e financeira, mas sendo os pagamentos efetuados pelo Tesouro, estranho é que nenhuma entidade, durante dois anos, se tenha apercebido da ilegalidade, nem mesmo o Tribunal de Contas, responsável por avalizar as contas públicas. São distrações a mais!

Misoginia e obscenidades

Por último, de referir que, decorrente dos silêncios de Ulisses e Olavo, a horda psicótica tem vindo a crescer nas redes sociais, através de mensagens de ódio tendo como alvo o presidente da República, mas, também (e principalmente), a cidadã Débora Katisa Carvalho, companheira de José Maria Neves e primeira-dama de Cabo Verde, que vem sendo fustigada com ataques misóginos. Tudo isto é deplorável, num país que gosta de alardear o seu alinhamento com os valores cristãos.

Leia, ainda:
Um golpe institucional em marcha

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Comentários

  • Casimiro Centeio, 20 de Ago de 2024

    Tudo estava planeado/premeditado pela horda ventoinha.
    O tempo é o melhor tribunal, esclarecerá tudo.
    Acabei de ler,sem dúvida, um artigo de qualidade.