Ministro da Economia e Emprego, José Gonçalves, confirmou hoje, 4, uma suspeita que pairava no ar: afinal, todos os aviões da TACV corriam o risco de ser arrestados, disse José Gonçalves explicando que esta a razão pela qual o Governo decidiu avançar com as medidas que tomou.
O governante fez essa revelação hoje, na Praia, depois de ter sido ouvido em audiência pela Comissão Especializada de Finanças e Orçamento sobre a gestão da Transportadora Aérea Cabo-verdiana (TACV).
José Gonçalves indicou ainda, que uma das principais razões que levou o Governo a tomar essa medida em relação à TACV tem a ver com a falta de pagamento atempado em relação ao aluguer dos aparelhos, que deste modo corriam o risco de ser arrestados, uma vez que o tesouro público não tinha meios nem verba para esse efeito.
Conforme explicou o ministro, a ajuda orçamental de Cabo Verde está “muito condicionada” a uma solução para a TACV e que face à pressão por parte dos parceiros internacionais, o Governo optou também por acelerar o negócio com a Icelandair.
Entretanto, garantiu que com o hub aéreo a funcionar no Sal a partir de Janeiro de 2018 haverá outras alternativas para a população das restantes ilhas, tendo assegurado que nenhum passageiro no país vai ficar prejudicado, porque estão a trabalhar para encontrar opções e em condições de concorrência e criar condições para permitir que outras companhias áreas possam entrar no mercado cabo-verdiano.
“Estamos a investir nos outros aeroportos para ter melhores condições, isso porque a nossa preocupação neste momento é que não há espaço suficiente que permita aumentar o número de aviões tanto na Praia como em São Vicente, mas há interesse por parte de outras companhias da Europa e não só”, sublinhou, realçando que o aeroporto do Sal é o único que reúne as condições para se lançar o hub aéreo.
José Gonçalves adiantou, por outro lado, que o hub é um negócio de grande envergadura que nunca foi perspetivado nesta dimensão em Cabo Verde e que só pode funcionar na ilha do Sal que tem toda a estrutura necessária que permite alojar cerca de 11 Boeings, o que no seu entender vai permitir criar mais emprego, mais riqueza e fazer do arquipélago uma plataforma que sirva não só o país, mas toda a região.
“Sobre a participação do Estado na Binter Cabo Verde, há um memorando de boa intensão entre as duas partes no sentido de trabalharem juntos, onde os 30% de acções já foram adquiridos e o Governo tem até o final de Junho de 2018 para decidir se vai optar pelos restantes 19% sendo que a Binter está disposta a disponibilizar até 49 % para o capital nacional quer público ou privado“, disse o governante, reconhecendo que o estado não tem apetite para ser operador económico.
Em relação ao despedimento dos trabalhadores da TACV, o ministro confirmou que estão a trabalhar neste processo sendo que o interesse do Governo é que o mínimo de pessoas fique sem emprego, mas compensados nos termos da lei, sendo que com o hub aéreo no Sal o mercado vai crescer.
“Ou seja, será uma medida conjuntural, porque não há números suficientes de trabalhadores especializados nesta área para acompanhar o ritmo deste crescimento, como o caso de pilotos, e pessoal navegante de cabine (PNC)”, sublinhou frisando que o reajustamento da TACV em relação aos trabalhadores será uma questão conjuntural uma vez que brevemente o mercado vai precisar de mais pessoal.
Na ocasião, disse também que o acordo assinado a 23 de Novembro entre Cabo Verde e Ruanda, vai permitir a companhia aérea cabo-verdiana TACV transportar passageiros da CEDEAO e levar para diversos destinos.
Com a extinção dos serviços domésticos por parte da Transportadora Aérea de Cabo Verde (TACV) a 31 de Julho, a ligação entre as ilhas passou a ser feita pela Binter Cabo Verde.
Em Agosto, o Governo assinou o contrato de gestão com a Loftleider Icelandic do grupo Icelandair, acordo que tem a duração de um ano e prevê mudanças substanciais no modelo de gestão da empresa que terá por base um plano de negócio acordado entre as partes com o objectivo de não apenas concluir o processo de reestruturação da TACV, mas sobretudo, transformar Cabo Verde num “hub” de operação aérea no atlântico médio.
Com Inforpress
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