Companhia aérea cabo-verdiana deverá retomar as ligações internacionais só na próxima sexta-feira, 22, com um avião alugado. A avaria no Boeing já gerou 200 mil contos de prejuízo.
Uma avaria no motor do único Boeing 757 da companhia obrigou ao cancelamento desde o início do mês da quase totalidade das ligações internacionais para a Europa, Brasil e Estados Unidos, deixando centenas de passageiros sem transporte.
Na sexta-feira, em entrevista conjunta à televisão e rádio públicas (TCV/RTC), o presidente do Conselho de Administração da TACV, José Luís Sá Nogueira, adiantou que, até ao momento, foi impossível arranjar uma solução para a reparação do motor do avião avariado.
Por isso, a TACV avançou para o aluguer de um avião para substituir o que se encontra inoperacional. "É um avião que conseguimos na África do Sul. Está neste momento a ser preparado para vir para Cabo Verde e, se tudo der certo, - há sempre fatores imprevisíveis - este avião estará aqui e substituirá o que está avariado", disse.
José Luís Sá Nogueira adiantou ainda que em novembro e dezembro a empresa estará a funcionar com uma nova frota de aviões e novas rotas, no âmbito do contrato de gestão assinado com o grupo Icelandair.
Desde do início do mês de setembro foram cancelados 36 voos e reencaminhados, através de outras companhias aéreas, mais de três mil passageiros, estando ainda retidas na cidade da Praia e em São Vicente mais de 900 pessoas.
José Luís Sá Nogueira estimou ainda que a avaria no avião tenha representado mais de dois milhões de euros de prejuízos para a empresa, que deverão ainda ser subir com o aluguer do avião de substituição.
"Os prejuízos são enormes. Gastámos quase dois milhões de euros só para proteger os passageiros. Tudo que nós não queríamos, mas que acontece com grandes companhias aéreas", disse.
Questionado sobre se nesta situação a Icelandair, com a qual a empresa tem um contrato de gestão não poderia disponibilizar aviões, José Luís Sá Nogueira adiantou que essa ajuda só não chegou por indisponibilidade de aparelhos.
"Neste momento, em plena época alta, todos os aviões do parceiro estratégico e de todas as companhias áreas estão a ser usados e não podem desviar um avião para socorrer a TACV, prejudicando a sua própria programação", explicou.
A companhia aérea pública cabo-verdiana está em processo de reestruturação com vista à sua privatização, tendo o Governo assinado com o grupo islandês Icelandair um contrato de gestão da empresa pelo período de um ano.
Com um passivo acumulado de mais de 100 milhões de euros, a empresa assegura agora apenas as ligações internacionais depois de o Governo ter negociado com a Binter Cabo Verde o exclusivo das ligações no mercado doméstico, empresa na qual entrou com 49% do capital.
Com Lusa
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