O vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças defendeu que é preferível abrir os aeroportos do País para o mundo, mas realça que é necessário ter em conta que o impacto económico no desconfinamento será “gradual e muito lento”.
Olavo Correia fez esta declaração à imprensa no final da apresentação da lista e da plataforma do candidato do Movimento para a Democracia à Câmara Municipal de São Miguel nas eleições de 25 de Outubro, na noite deste sábado.
Com a retoma dos voos internacionais marcada para esta segunda-feira, 12, o governante advertiu que apesar disso, a retoma económica será “lenta”, mas há que dar esse passo e correr os riscos.
Apesar das incertezas em relação ao quadro epidemiológico do vírus da covid-19 no País e no mundo, defendeu que há que se fazer de tudo no plano interno para contornar a pandemia do novo coronavírus, pois ao fazerem isso estão a criar as condições para se desconfinar a economia.
“Controlando a pandemia, conseguiremos do nosso lado criar as condições para desconfinar a economia, porque nós não temos meios financeiros e quando eu digo nós, é o Estado, as empresas e as famílias para continuarmos muito tempo confinados, quer internamente, quer em relação ao mundo. Penso que é o maior contributo que podemos dar às empresas”, frisou.
Ciente das consequências dessa reabertura de Cabo Verde ao mundo, Olavo Correia deixou claro que a vida das pessoas continua sempre em primeiro lugar.
Entretanto, ajuntou, aquilo que não pode acontecer é os cabo-verdianos ficarem muito tempo confinados porque “as pessoas não podem morrer por falta de rendimentos ou por não ter acesso ao emprego ou as condições básicas a nível da sua sustentabilidade”.
A covid-19 em Cabo Verde e na maior parte dos países africanos, frisou, tem, neste momento, mais impacto económico-social do que a nível da saúde pública, por causa do estilo da população e porque a maioria dos casos são assintomáticos, com uma cura rápida.
“Repara que há muita gente que está a sofrer, pessoas que estão infectadas, pessoas que estão a morrer, empregos estão a ser eliminados, empresas em situação de falência ou de pré-falência, pessoas desempregadas, um quadro social complexo e exigente”, disse, sublinhado que isso não pode continuar durante muito tempo sob pena de o País entrar num “colapso social”.
É aqui que é chamada a responsabilidade social de cada cidadão, pois, acentuou, “nunca o País esteve tão dependente da responsabilidade individual de cada um dos seus concidadãos”.
“Nós temos de tudo fazer do ponto de vista dos comportamentos para poder reduzir a taxa de contaminação e de letalidade e conseguido isso teremos as condições para com algum risco (…) podemos desconfinar a economia no plano interno e externo”, disse, rematando que é um “exercício difícil”, mas que exige de cada um sentido de responsabilidade e de compromisso consigo próprio e com a nação.
O Governo decidiu na última reunião do Conselho de Ministros, abrir as fronteiras para voos comerciais internacionais, com os visitantes e turistas obrigados a apresentação de resultado negativo do teste PCR à covid-19, antes do embarque para o arquipélago.
A decisão foi tomada, decorridos cerca de sete meses após a decisão de interditar as ligações aéreas com países sinalizados com o novo coronavírus, período durante a qual medidas legislativas, sanitárias e administrativas foram implementadas para a prevenção da pandemia.
O País contabiliza 867 casos activos da covid-19, 5.970 casos recuperados, 74 óbitos e dois transferidos, perfazendo um total de 6.913 casos positivos acumulados.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão e sessenta e nove mil mortos e perto de 37 milhões de casos de infecção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de Dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Com Inforpress
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