Cabo Verde importou o equivalente a 600.000 euros por dia em combustíveis no primeiro semestre de 2019, menos 3,6% face ao mesmo período de 2018, segundo o relatório semestral da Agência Reguladora Multissectorial da Economia (ARME) cabo-verdiana.
O relatório estatístico do sector dos combustíveis refere que nos primeiros seis meses do ano, os montantes das facturas dos produtos petrolíferos importados totalizaram 39,6 milhões de dólares e 75,6 milhões de euros, ascendendo globalmente, em moeda nacional, a 12.200 milhões de escudos (111 milhões de euros).
“Um decréscimo de 3,6% em relação ao primeiro semestre de 2018, que se deve à diminuição do volume importado e do preço médio dos produtos no mercado internacional”, lê-se no relatório da ARME, a que a Lusa teve hoje acesso.
Em média, as distribuidoras petrolíferas que operam em Cabo Verde – mercado liderado pela Enacol, maioritariamente participada pela portuguesa Galp – importaram por dia o equivalente a 606.000 euros em combustíveis nos primeiros seis meses.
O gasóleo foi o produto mais importado por Cabo Verde neste período, chegando a 4.186 milhões de escudos (37,9 milhões de euros), enquanto a gasolina ascendeu a 332,5 milhões de escudos (três milhões de euros) e o gás butano a 363,9 milhões de escudos (3,3 milhões de euros).
O relatório da ARME indica também que nos primeiros seis meses de 2019, as duas petrolíferas que operam no país comercializaram 234.985 toneladas de combustíveis e lubrificantes, um aumento homólogo de 3%.
Em Setembro último, ao discursar na 74.ª sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, em Nova Iorque, o primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, disse que o país tem em curso uma estratégia com vista à transição energética, de forma a “reduzir a dependência de combustíveis fósseis”.
“Somos o primeiro país africano a aderir à Aliança para a Descarbonização dos Transportes. No quadro da estratégia de transição energética, pretendemos, até 2050, substituir progressivamente todos os veículos equipados com motores térmicos para veículos eléctricos. É o nosso modesto contributo para a redução das emissões de gases com efeito de estufa nos transportes”, disse o primeiro-ministro.
Na ocasião, Ulisses Correia e Silva recordou que na produção de energia eléctrica o objectivo do país é reduzir o peso dos combustíveis fosseis.
“Partindo dos actuais 20%, a nossa meta é atingir 30% de produção de energia eléctrica a partir de fontes de energia renováveis até 2025, superar os 50% até 2030 e atingir 100% renovável, até 2040”, concluiu o chefe do Governo cabo-verdiano.
Com Inforpress/Lusa
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