Cabo-verdianas na diáspora unem-se à ACLCVBG para dar combate à VBG
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Cabo-verdianas na diáspora unem-se à ACLCVBG para dar combate à VBG

Mulheres cabo-verdianas emigrantes a residir na Suíça unem-se à Associação Cabo-verdiana de Luta Contra a Violência Baseada no Género (ACLCVBG) para “dar combate” à violência com base no género, com apoios financeiros às vítimas, para que estas conquistem sua independência económica.

A afirmação é da presidente da ACLCVBG, Vicenta Fernandes, em declarações à Inforpress, quando falava sobre o debate online que manteve com mulheres cabo-verdianas a residir na Suíça e que se disponibilizaram a ajudar financeiramente para apoiar mulheres vítimas de violência no País.

“Tivemos um debate online onde manifestaram a disponibilidade de reunir condições para apoiar financeiramente as mulheres que são vítimas de violência, quer verbal ou física, para que possam sair do ciclo vicioso de agressão por que passam, visto que algumas mulheres alegam não poder deixar o parceiro por problemas económicos”, disse Vicenta Fernandes.

A presidente da ACLCVBG, que lembrou na sua declaração que em Cabo Verde uma em cada cinco mulheres sofre de algum tipo de violência, afirmou que a agressão com base no género é “muito complicada” no arquipélago, visto que muitas mulheres, após a denúncia, regressam ao convívio com o agressor “por confessarem não possuir condições financeiras para sustentar os filhos e seguir em frente”.

Por esta razão, realçou, o apoio das mulheres cabo-verdianas na Suíça é “muito bem-vindo” para o reforço de medidas e serviços às mulheres que sobrevivem à violência e querem quebrar com o “ciclo vicioso da agressão”.

As mulheres que participaram no diálogo online com a presidente da ACLCVBG justificaram a sua motivação em ajudar com o que têm constatado nas redes sociais e o “sofrimento que as vítimas têm passado nas mãos de homens sem qualquer escrúpulo”.

 “A ideia de querermos empoderar as mulheres vítimas de violência surgiu após termos notícias sobre o sofrimento que algumas companheiras e esposas passam, e pelos vídeos que vimos em redes sociais que nos chegam de Cabo Verde”, disseram Vitória Gomes e Grace Costa, emigrantes na Suíça, que participaram no debate online com a ACLCVBG.

Vitória Gomes, no seu apelo, incitou as mulheres a dar “um basta”, realçando, que hoje se vive numa outra época, uma era em que homens e mulheres têm o mesmo direito e em que numa relação entre homem e mulher não devia haver “brutalidade”, mas sim “companheirismo”.

Além de incentivar as mulheres a denunciarem e a não permitirem “abusos” em nome da fragilidade económica, Grace Costa é de opinião que em Cabo Verde dever-se-ia começar a trabalhar os homens, começando pelas crianças.

As mulheres emigradas na Suíça apelam a “uma mudança de mentalidade” por parte das mulheres cabo-verdianas, finalizaram.

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