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Orçamento difícil e um PM enfraquecido
Colunista

Orçamento difícil e um PM enfraquecido

O povo já demonstrou que não está alinhado com o Governo e o seu PM quando rejeitou, liminarmente, o candidato a Presidente da República apresentado e apoiado pelo mesmo. Perante a crise económica e financeira que o país enfrenta e um PM cada vez mais enfraquecido politicamente, os próximos tempos que se esperavam que viessem a ser de “dinheiro que não acaba mais” poderão ser de muita incerteza.

O Governo vai colocar em discussão um “orçamento difícil” no momento em que o PM acumula sucessivas e pesadas derrotas político-eleitorais e, consequentemente, encontra-se muito enfraquecido politicamente perante o tamanho do desafio que ainda insiste em liderar.

Com efeito, Ulisses Correia e Silva (UCS) tem demonstrado desnorte político tanto no comando do partido MpD quanto no comando do Governo:

1. Relativamente aos equívocos na direção do partido, os próprios militantes já se manifestaram por diversos meios contra os erros cometidos pela sua direção, por exemplo, no recente processo eletivo fracassado de outubro último que ditou a derrota do candidato apoiado pelo Governo e pelo partido que o sustenta;

2. Se eleitoralmente, UCS deu evidências de fraqueza nas eleições autárquicas de 2020 ao perder várias Câmaras Municipais quando nas vésperas daquelas eleições anunciava que iria ganhar quase todas num misto de arrogância e desrespeito ao cidadão-eleitor;

3. Se UCS fracassou na tentativa de escolher o presidente e o vice da Assembleia Nacional de sua preferência nessa nova Legislatura;

4. Se a escassos seis meses das eleições Legislativas o candidato apoiado pelo Governo, MpD e UCID pode ter perdido até 45.000 votos comparados aos (111.000) havidos pelo MpD em abril 2021 por causa de erros, arrogância e incompetência do comando de UCS nesse início de nova Legislatura;

5. Se as entidades de classe, sindicatos e até membros do partido que suporta o Governo já se manifestaram contra essa proposta de orçamento para 2022, razões devem existir mas que o PM não as reconhece por estar a leste do que o povo pensa e sente.

Só se pode concluir que o processo de discussão desse orçamento será difícil e muito mais difícil ainda será o ano inteiro de 2022 que será da sua execução num contexto de crise e com poucos apoios como já foram expressos.

A oposição, por vastas vezes, criticou a falta de transparência na governação e que o novo Governo formado é excessivamente grande para as condições do país e para o contexto de crise económica e financeira que se vive mas o Governo e o seu PM não deu a menor atenção a tais críticas.

O povo já demonstrou que não está alinhado com o Governo e o seu PM quando rejeitou, liminarmente, o candidato a Presidente da República apresentado e apoiado pelo mesmo.

Perante a crise económica e financeira que o país enfrenta e um PM cada vez mais enfraquecido politicamente, os próximos tempos que se esperavam que viessem a ser de “dinheiro que não acaba mais” poderão ser de muita incerteza.

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