Embora não se ter desenhado ainda uma definição consensual que entendemos por política do género, nem um roteiro de como ela deve ser orientada, como prioridade se tomarmos em conta e consideração seu objetivo transversal e essencial para se poder instalar, neste arquipélago...um mundo mais justo e seguro, definindo “políticas”, que na pratica coloca a prioridade no indivíduo - e não no estado e muito menos ainda em agendas dos partidos políticos, envolvendo todas as forças sociais, culturais, politicas e religiosas neste desiderato e acções conexas… O projecto de política de “género” será caso de sucesso em Cabo Verde…
“… para Bruna Lopes, Lisa Lopes & Nova …”
Na presente conjuntura e vivência democrática, ativando a política do género Cabo Verde gerou a oportunidade de instrumentalização de uma agenda transformadora, ao mesmo tempo em que se entende que as pessoas têm diferentes condições de vida, níveis de influência e necessidades que “emerge” uma nova existência social nestas ilhas com uma ligação muito forte entre maior participação das mulheres na “política global”, central e local preparando o arranque para um desenvolvimento de justiça social, direcionada para sustentabilidade durável, concentrando-se, do meu ponto de vista como um objectivo de sucesso, se houver vontade política e intenção real de se poder alcançar três metas principais (Direitos, Recursos e Representação): 1- (Direitos) Os direitos das mulheres, incluindo a luta contra a violência baseada no gênero; 2- (Recursos) A redistribuição dos recursos naturais e econômicos globais; (Representação) e a promoção da participação e impacto necessário e produtivo das mulheres sobretudo nos processos de tomada de decisão...
A política de promoção da igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres é a via mais eficaz para encorajar e suportar o desenvolvimento económico do que apostar na proliferação de programas muitas vezes “ocas” e descabidas de luta contra a pobreza, maioria das vezes mal orientadas, com salários altíssimos e vergonhosos para os dirigentes desses “ineficazes projectos de luta contra a pobreza” praticadas neste arquipélago praticamente durante todos esses quarenta e seis anos pós-independência ficando Cabo Verde perdido no objectivo de conseguir atingir a meta de instaurar justiça social inclusiva nas nove ilhas habitadas...
A nova política do género em Cabo Verde nesta décima legislatura, promove uma redefinição da política tradicional, colocando “o dedo” na “discriminação de género”, reduzindo a desigualdade no centro do debate, e talvez a “violencia machista” da falta de representação feminina nos centros dos poderes centrais e locais. A incorporação de uma visão “feminista” na política do Estado não implica apenas a introdução de um corpo normativo de reorientação da prática política ligada aos princípios éticos de paz, justiça global, direitos humanos e desenvolvimento sustentável, reforçamos a ideia que neste arquipélago, quando falamos sobre a “política feminista”, referimos nos à ideia de posicionar a igualdade de gênero como verdadeiro objetivo estratégico a nível de desenvolvimento socioeconómico. Esta ação sempre fez-se ver necessária em todas as localidades, do país, justificando o simbolismo da crença na afirmação que reza que as as mulheres são a outra metade do homem e consequentemente, melhorando as situaçãoes delas significa, melhorar o socioeconómico beneficiando a sociedade como um todo.
Em todas as areas e frentes como pais jovem e moderno, que é, Cabo Verde não devia esperar mais tempo para criar verdadeiras condições e vontade política de encaminhar seus próprios propósitos e nunca é de mais, insistir nisso, para materializar, tanto quanto possivel os (ODS), Objectivos de Desenvolvimento Sustentável 2030 da ONU, que estão vocacionados e centralizados nas pessoas e enfatizam que, as mulheres devem ter as mesmas oportunidades que os homens no que tange e diz respeito ao sucesso. No comercio informal, as mulheres em Cabo Verde devem ser as operadoras maioritárias e creio que os resultados do censo geral da população ainda em realização neste ano de 2021 irá confirmar, esta posição económica das mulheres, em todo o caso em todas as nove ilhas povoadas elas têm maior visibilidade nos processos de auto emprego e formalização de pequenos e médios negócios e elas são capazes de e estão a melhorar as economias locais. Graças a essas e outras dinâmicas todas as regiões e localidades de todas as ilhas poderão beneficiar-se de um “real” desenvolvimento econômico se esta nação sem recursos levar á frente, a vontade politica e ideia de redobrar esforços necessarios para materializar a meta de inclusão das mulheres nos processos de “tomada de decisão” e de negócios.
Embora não se ter desenhado ainda uma definição consensual que entendemos por política do género, nem um roteiro de como ela deve ser orientada, como prioridade se tomarmos em conta e consideração seu objetivo transversal e essencial para se poder instalar, neste arquipélago...um mundo mais justo e seguro, definindo “políticas”, que na pratica coloca a prioridade no indivíduo - e não no estado e muito menos ainda em agendas dos partidos políticos, envolvendo todas as forças sociais, culturais, politicas e religiosas neste desiderato e acções conexas… O projecto de política de “género” será caso de sucesso em Cabo Verde…
Mas, temos que nos libertar, também, da visão “feudal da economia”, do pesado centralismo burocrático e atitude “inquisitiva” praticada até os últimos dias pré-independencia, pela metrópole colonial e que permaneceram pressupostamente durante os cinco séculos da colonização, em relação à inovação e ao conhecimento e que têm ainda eco na administração pública cabo-verdiana, apesar dos efeitos louváveis de modernização...
Também verificou-se que os próprios constrangimentos oriundos da situação colonial, agiram, não como efeito colateral, mas como prática cultural inteligente, graças a Deus, “forçando” “Cabo Verde, como “Nação” a instalar sua própria marca indelével e universal, criada pelas Mulheres e Homens desta jovem nação arquipelágica: que denominamos a “Cabo-Verdianidade”…
“… Proteja Cabo Verde, contra Covid-19 Vacinando-se …”
miljvdav@gmail.com
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