• Praia
  • 29℃ Praia, Cabo Verde
Fim de ciclo político do MpD
Colunista

Fim de ciclo político do MpD

Apesar do aumento contínuo do número de votantes de eleição para eleição, o MpD tem perdido eleitores de eleição para eleição, por exemplo, das Legislativas de 2021 para as autárquicas do mesmo ano perdeu cerca de 20.000 eleitores – por que será e qual será a tendência para as próximas eleições senão o fim do ciclo ventoínha?

As próximas eleições Autárquicas de Setembro de 2024 vão re-confirmar a tendência da derrocada política do MpD do poder.

Aliás, o resultado das últimas eleições presidenciais de 2021 que ditaram a derrota do candidato apoiado pelo partido ventoínha veio na sequência de um movimento de forte crescimento da Oposição liderada pelo PAICV que havia obtido importantes vitórias eleitorais nas autárquicas de 2020, saindo de duas (2016) para oito (2020) Câmaras Municipais.

O MpD atingiu o seu máximo eleitoral histórico nas autárquicas de 2016 com 53,43% dos votos numa conjuntura completamente excepcional e favorável: (1) na sequência da sua volta ao poder nas Legislativas após 15 anos de oposição, (2) no momento de transição de liderança no PAICV - de José Maria Neves para Janira Almada e, especialmente, (3) após um cansaço de 15 anos com a governação do PAICV.

 

De acordo com os dados dos resultados eleitorais das eleições Municipais de 1991 a 2020, a tendência é para uma cada vez maior competitividade entre os principais candidatos (MpD e PAICV), uma assinalável tendência de crescimento contínuo e sustentável da UCID, uma forte probabilidade da confirmação da tendência de queda do MpD para deixar de ser o partido autárquico hegemónico.

Com efeito, das 8 rodadas eleitorais autárquicas, o MpD venceu 7 e o PAICV só venceu uma vez no ano 2000 com 33,8% dos votos contra 32,04% do MpD.

Curiosamente, o PAICV impôs a sua única derrota ao MpD em 2020 partindo de um dos momentos de sua maior fraqueza eleitoral que teria sido as eleições Municipais de 1996 quando tivera o seu menor score eleitoral: 7,4%, tendo sido ultrapassado pelo Movimento político independente à Câmara Municipal de São Vicente liderada por Onésimo Silveira que obtivera 10,4% dos votos nacionais só em São Vicente, e mais, numa conjuntura em que o MpD nadava de braçada em maiorias qualificadas de uma eleição Legislativa para outra.

A votação no MpD não é sustentável desde 2016 quando atingiu o seu máximo sucesso autárquico, só conheceu desgostos: viu o PACV avançando no seu reduto eleitoral na ilha de Santiago conquistando as Câmaras Municipais da Praia, Cidade Velha, São Domingos e Tarrafal e reconquistando as da Boavista e São Felipe; não obstante, a vitória ventoínha nas Legislativas de 2021, volta a contabilizar a derrota do candidato que apoiou nas eleições presidenciais do mesmo ano.

Apesar do aumento contínuo do número de votantes de eleição para eleição, o MpD tem perdido eleitores de eleição para eleição, por exemplo, das Legislativas de 2021 para as autárquicas do mesmo ano perdeu cerca de 20.000 eleitores – por que será e qual será a tendência para as próximas eleições senão o fim do ciclo ventoínha?

 

Partilhe esta notícia