A desigualdade é uma sentença, / É peso cruel de uma indiferença. / Enquanto a hipocrisia reinar nesta nação, / O povo viverá sempre numa prisão.
No silêncio das ruas as vozes se perdem,
Há estórias que o mundo tenta sufocar.
Entre muros altos e janelas fechadas,
Mundos distintos são silenciados ao falar.
De um lado, o banquete em mesas douradas,
Do outro, a miséria, cruel e alardeada.
Mãos calejadas erguem as torres,
Mas nunca colherão aplausos, só o vazio a pesar.
Sonhos despedaçados em becos esquecidos,
Enquanto o luxo floresce nas avenidas.
Um abismo crescente, consumindo esperanças,
No suplício de dor de uma criança.
Se a riqueza é tão vasta, porque falta equidade?
Se o sol nasce para todos, onde está a igualdade?
No rosto do povo, o futuro negado,
No dos poderosos, um riso falseado.
A desigualdade é uma sentença,
É o peso cruel de uma indiferença.
Enquanto a hipocrisia reinar nesta nação,
O povo viverá sempre numa prisão.
Que venham as pontes, e as ditas mãos calejadas,
Que caiam os muros da corrupção.
Pois só há justiça quando a igualdade
Se erguer para todos, de alma e coração.
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